quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dia 86 e 87 - Melaka - (re) Descobrimentos 400 anos depois

Dia 86:

Acordámos bem cedo para apanharmos um comboio (0,40€) que nos levaria ao terminal de autocarros, de onde seguimos para Malaka numa viagem que durou pouco mais de 2 horas. O terminal de autocarros de Malaka está localizado longe da cidade, mas nas suas instalações também inclui praça de táxis e paragem de autocarros locais, bem como lojas, restaurantes e afins. É um mundo dentro do fim do mundo.

Seguimos então até ao hotel. O melhor que já ficámos nesta viagem e curiosamente está longe de ser dos mais caros. Para um hotel de 4 estrelas, com decente localização, bom pequeno almoço, jornal diário (em inglês), piscina no terraço e excelente quarto, cerca de 8€/noite parece me em conta, não?

Malaka, para quem não conhece, é uma cidade com cerca de 700.000 habitantes, com todas as infraestruturas de uma grande cidade, mas com preços substancialmente mais baixos. A diversidade cultural derivada da sua história é imensa, tornando o local bastante atractivo e turístico. Malaka foi fundada no século XIV por Parameswara, um príncipe Hindu vindo da Sumatra; em 1405, Malaka tornou-se um protectorado da China, até que em 1511, chegaram os portugueses pela mão de D. Afonso Albuquerque; após sucessivos ataques, os Holandeses aliados ao Sultão acabaram por conquistar a cidade; por fim, em 1795, os ingleses tomaram posse do território.

A entrada do Bairro Português

Após deixarmos as malas e arranjarmos um (péssimo) mapa de região, seguimos em busca de vestígios portugueses na cidade. O mapa indicava (mal e porcamente) a direcção da comunidade portuguesa e nesse sentido seguimos a pé. A algum custo começámos a encontrar alguns sinais de Portugal: primeiro uns cartazes do carnaval português, depois ruas com nomes lusos e por fim, inevitavelmente junto ao mar, demos de caras com algumas bandeiras nacionais pintadas nas paredes. As expectativas subiram brutalmente!

Avançámos para o centro do bairro onde se formava uma praça de cafés bares e restaurantes, todos com motivos alusivos a Portugal. A barriga a gritar por um bom bife fez nos sentar no restaurante com os motivos portugueses que mais nos saltou à vista. Ao inspecionarmos o menu demos com pratos tão portugueses como "Fried Coay Teow" ou "Chicken Curry", os empregados (luso descendentes) já não sabiam a língua, etc. É aqui que alguma desilusão cai sobre nós após as expectativas terem subido tanto. Ainda assim perguntámos se alguém falava português nas redondezas.

Passado não muito tempo, aparece o José ,um português em missão em Malaka, seguido por mais 3 portugueses e diversos locais luso descendentes. Antes de mais é preciso ter noção que estes luso descendentes são do tempo em que os portugueses aqui estiveram, ou seja, há de 400 anos atrás! Desta forma são gerações e gerações que vão passando, a língua que mesmo sem acordos ortográficos contantes vai evoluindo, a distancia a Portugal, o pouco o nulo envolvimento de Portugal com a região, etc. Os factores a potenciar o distanciamento e mesmo o romper com os antepassados. Apesar da língua que eles falam ser uma espécie de crioulo derivado do português arcaico, da gastronomia ser totalmente díspar, do nosso país ignorar aquela comunidade, etc; aquele povo tem uma paixão por Portugal como eu nunca vi no nosso país ou em qualquer outro lugar. Fiquei tão surpreso como emocionado.
O José e a Luísa fazem parte da ONG (organização não governamental) Coração em Malaka (www.dikorsang.org) que pretende, e tem feito muito por trazer Portugal a Malaka. Actualmente estão presentes dois missionário bolseiros em Melaka para promover e espalhar a lusofonia com diversas acções e actividades. Em breve deverão começar aulas de português. Para quem quiser mais informações pode me perguntar ou aceder ao site. E quem for a Malaka, ou passar por perto, não deixe de dar um saltinho à comunidade. Vale a pena!

O dono do bar, o Andrew de Mello sentou-se à mesa connosco e entre copos e guitarradas, lá arriscou uma conversa em português

Passámos a tarde com os novos amigos, um convite para jantar acabou por tornar a tarde noite e umas rodadas por conta da casa fizeram os minutos horas. Entre música e conversa, lá fomos ficando... dando tempo e oportunidade para experimentar um vinho abafado, vejam bem, de arroz roxo! Estava bom!



Dia 87:

Inevitávelmente acordámos tarde, iniciando o dia em correria para apanhar o pequeno almoço do hotel. Bom pequeno almoço em fins de manhã viria a servir de energia e sustento para, sob sol intenso, explorar a cidade.

(Um pequeno à parte: tudo o que foi escrito anteriormente foi em viagem, e daqui em diante será escrito hoje, portanto lamento a falta de pormenor nas descrições e afins)

A caminhada em direcção ao centro histórico começou a ficar mais bonita quanto mais no aproximávamos do mesmo. Ficam as fotos com algumas pequenas descrições:

Ainda antes de chegar ao centro histórico passámos por uma avenida cheia de escolas com uma bonita arquitectura, tal como esta.

A famosa Famosa, tal como o nome indica, é famosa. Também conhecida como a Porta de Santiago, é o que resta de uma fortaleza edificada pelos Portugueses em 1511.

O interior das ruínas da Igreja de São Paulo

A vista da cidade do topo da colina onde se encontrava a Igreja de São Paulo

A Igreja de Cristo construída pelos Holandeses em 1753


Finda a visita ao centro histórico da cidade passámos o rio e fomos em busca das atracções da Chinatown

A paragem que se seguiu não teve direito a fotos dada a sua proibição. Falo da casa-museu Baba-Nonya, que representa a cultura Nonya através desta casa Peranakan tradicional, retratando o estilo de vida e os costumes desta etnia chinesa que há muito se instalou em Melaka.

Cheng Hoon Teng é o templo chinês mais famoso de Melaka e o mais antigo de toda a Malásia, tendo sido construído somente com materiais importados na China em 1646.

Como a placa sugere, a nossa última paragem entes de almoço foi o Masjid Kampung Kling, uma mesquita com influencias arquitectónicas Hindus remetidas pelos antigos templos da Sumatra.

Após o almoço tardio, seguimos em busca da sobremesa mais famosa da Malásia, falo de uma combinação de gelo picado, leite do coco, açúcar de palma, uma espécie de gomas, feijão e quem sabe mais o quê! O nome desta sobremesa é Cendol!

No regresso ao hotel passámos pelo museu naval, onde pudemos ver deste antigos barcos usados nos descobrimentos até modernos navios de guerra.

Finda a visita a Melaka propriamente dita, regressámos ao hotel e seguimos até ao antigo bairro português para nos despedirmos dos amigos lusos que tínhamos feito no dia anterior.

Visto a memória começar a falhar findos 2 meses entre o que vos relato e a escrita deste mesmo relato pouco mais tenho a acrescentar do que o nosso regresso ao hotel para o merecido descanso depois de muito caminhar.

Esperemos que não demore outro dois meses para escrever o post final sobre Singapura!!!


domingo, 9 de março de 2014

Dia 84 e 85 - Kuala Lumpur

Dia 84:

Tal como planeado, acordámos cedo, prontos para começar a correria dos dias vindouros: empacotámos tudo, tomámos o pequeno almoço e seguimos para o terminal de autocarros de Tanah Rata. Daqui partimos rumo à capital da Malásia, onde chegámos pouco mais de 4 horas depois, dando-nos tempo para uma discussão sobre empreendedorismo.

Kuala Lumpur, conhecida como a cidade do futuro do Sudeste Asiático, onde templos e mesquitas coabitam lado a lado com torres futuristas e enormes centros comerciais. Há cerca de 150 anos atrás Kuala Lumpur não era mais do que uma comunidade de exploradores no meio da selva. Hoje em dia KL, como é conhecida, evoluiu para um afluente do século XXI, tornando-se uma metrópole multicultural com fortes influencias de 4 etnias: malaia, chinesa, indiana e britânica.

Cada vez que chegamos a uma cidade nova, mesmo com alguma pesquisa, sentimo-nos sempre um pouco perdidos. Aqui não foi diferente. Como sempre, tínhamos um pequeno mapa no Lonely Planet, só nos faltava saber onde estávamos. Após irmos até um balcão de informações, a funcionária a muito custo lá me rabiscou o livro apontando a nossa localização.

Próximo passo? Almoçar. Mal e porcamente enchemos o bucho, a baixo custo e ainda menos proveito, (eu não gostei nada, o Rui gostou) com uns noodles com ovo e frango cobertos por um molho pastoso de cogumelos. De barriga e prato meio cheios seguimos em busca do nosso poiso: o Agosto Inn. Além do nome ser em português, no balcão da recepção encontrámos um Galo de Barcelos! O que poderia ser mais insólito? Consta que o dono (rezingão) viaja muito pelo mundo e traz sempre souvenirs para os seus hostels.

Feito o check in fomo-nos refugiar no quarto para escapar às horas de mais calor, porque quanto mais perto do equador, mais se sente (e se sua) a insuportável tropicalidade! A maioria dos leitores, sendo de Portugal não deve estar a sentir o mínimo de empatia para comigo dadas as temperaturas que se fazem sentir (talvez à excepção dos últimos dias) no nosso país. Todavia, tenho a certeza que a generalidade das pessoas, se tivessem na mesma situação que eu, estariam a abominar este calor de 32º à meia noite e 36º ao meio dia, que com taxas de humidade elevadíssimas, puxam a sensação térmica para os 40º!

Pelo fim da tarde, com um toque de noite seguimos de metro para o centro da cidade conhecido com KLCC (Kuala Lumpur City Center). Na viagem deu para ter um lamiré da cidade evoluída, organizada e em crescimento em que nos encontrávamos. Na chegada ao nosso destino demos de caras com as Torres Petronas, sede da petrolífera nacional. Este é o anterior maior edifício do mundo e conta com 88 andares e 452m de altura, apenas suplantado em 2004 pela Taipei 101. As Petronas, como o nome indica, foram construídas à força de petro-dollars provenientes do muito petróleo que a Malásia possui. Nós ponderámos visitar as torres, mas o preço rondava os 20€ e ainda assim os bilhetes estão constantemente esgotados, portanto achámos que não valia a pena o esforço. No fundo, a beleza do edifício está no seu exterior e não vista que o mesmo proporciona devido à eterna névoa que cobre a cidade. 


Finda a visualização exterior, era hora de explorar o enorme centro comercial que ocupa os 5 primeiros andares da torre mais 1 ou 2 subterrâneos. Em suma, punha o Colombo no bolso. Lojas caríssimas, lojas menos caras, até lojas baratas encontrámos por lá, cinemas, salas de espetáculos, museus, salas de reunião restaurantes caros, restaurantes de fastfood, havia de tudo. Depois de uma voltinha para conhecer o espaço era hora de comer. E não é que um hamburguer de borrego é insanamente bom? Fica o apontamento mental para quando voltar.

O interior do centro comercial

No regresso ainda fomos semi-barrados à entrada do comboio porque a estação ficava dentro de um centro comercial e já passava das 22h, hora a que fecha tudo. As bilheteiras estavam caóticas com imensa gente a cotovelar-se para comprar os bilhetes. Provávelmente por ser o último comboio do dia ou coisa parecida. Apenas de ressalvar que os bilhetes eram extraordinariamente baratos: cerca de 30 cêntimos. A Malásia, está entre os 15 países mais ricos do mundo e com uma boa taxa de crescimento e ainda assim mantem a inflação e os preços bastante baixos. À excepção de Hong Kong e Macau é o primeiro país onde se vêem imenso turismo interno.



Dia 85:

Acordámos cedo, depois de algumas confusões lá tomámos o pequeno almoço e iniciámos a nossa jornada por Kuala Lumpur. A primeira paragem não foi turística, depois de voltas e voltinhas fomos até aos correios enviar uma carta para a PADI da Austrália por causa da certificação do curso de mergulho feito nas ilhas Phi Phi, na Tailândia.

A nossa segunda paragem foi a antiga estação de comboios, que poderia muito bem passar por palácio. Hoje em dia, este edifício é património da cidade e alberga a sede da KTM, a empresa gestora dos comboios malaios. Fica a foto do edifício com demarcadas influências islâmicas na sua arquitectura.



A paragem seguinte nem estava nos planos, mas felizmente devido a uns erros de cálculo fomos lá parar! Estou a falar do Museu Nacional, que pela módica quantia de 1,2€ nos deu acesso a um grande museu que nos narra a história da Malásia desde os tempos pré-históricos até aos dias de hoje. "Perdemos" lá duas horas e, na verdade, foram muito bem perdidas. Recomendo. No mesmo complexo havia ainda uma exposição de carros antigos 2 Rolls Royce estavam no espólio, curiosamente, lado a lado com um Proton (marca de carros malaia) e com uma carroça; uma exposição de escultura dos nativos malaios; e uma exposição de bijuteria que cheira me que a minha avó Tina iria adorar! (Alguém que lhe mostre isto por favor)

Em tempos de crise vem a contenção, o apertar do cinto. É na economia, e nas fotografias quando a net é má, as fotos são menos, muito menos. Neste caso, apenas uma. A eleita foi a do armamento português usado no séc. XVI para defender Melaka dos ataques dos Holandeses. Realmente é engraçado encontrar pedaços de história do meu país no outro lado do globo. Toda a gente ouviu falar dos descobrimentos, mas realmente ver as coisas é outra conversa. Amanhã seguimos para Melaka em busca de mais "pegadas" lusas.

A paragem seguinte, já com a barriga a dar horas, foi a grande Mesquita Nacional. No caminho passámos pelo planetário, por um telescópio enorme e... quem diria, pela sede da agencia espacial malaia. A Mesquita Nacional, ou Majid Negara é uma das maiores mesquitas do Sudeste Asiático e conta com uma enorme cúpula azulada em forma de estrela de 18 pontas que representa os 13 estados da Malásia e os 5 pilares do Islão. Não pudémos visitar o interior da mesquita porque estavam em período de orações, ainda assim, deu para espreitar trabalhado interior da principal sala de orações. Fica uma foto do minarete:


Vista a mesquita, seguimos em direcção à Praça da Independência (Merdeka Square em malaio). Pelo caminho deu para ver e sentir a atmosfera da cidade, porque passámos tanto por uma agradável floresta/selva/jardim tropical (apesar de algum lixo), como por grandes avenidas de 4 faixas mais outras tantas suspensas, como por pequenas casas e templos, como grandes arranha-céus com traços arrojados (edificados e em construção), etc. Aqui tudo coabita harmoniosamente. Merdeka Square, foi em tempos um campo de cricket, tornando-se. em 1957 aquando da proclamação da independência do país, aquilo que é hoje. Hoje em dia além de albergar um enorme estandarte com a bandeira malaia à superfície, no subsolo é um parque de estacionamento e uma espécie de centro comercial (onde visitámos um pequeno museu do chocolate). Nas redondezas podem se observar diversos edifícios da era colonial.

Vista da Merdeka Square com a cidade envolvente, nomeadamente a KL Tower e o antigo Palácio do Sultão

A paragem seguinte foi a segunda mesquita da cidade (e do dia), falo da Masjid Jamek, construída em 1907, é conhecida por ser a mais bonita mesquita da cidade dada a sua arquitectura e visto estar rodeada de palmeira e à beira "rio". ("rio" surge entre aspas por este se parecer mais com um esgoto do que com outra coisa. 


Findas as preces muçulmanas, para terminar o dia (santo) em beleza, faltava-nos visitar um templo chinês e um hindu. Mas antes demos voltas e voltinhas para tentar garantir a nossa viagem para Melaka. Desventuras à parte ficam algumas boas fotos (de Bónus) da cidade:

Foto Bónus #1

Foto Bónus #2

A nossa penúltima paragem do dia foi o templo taoista de Sze Ya, que apesar de muito bem referenciado, acabou por não acrescentar nada de novo, mantendo os templos chineses nos menos bonitos (vá...). Para fechar o dia, a última paragem foi o templo hindu Sri Mahamarimman, o mais antigo da Malásia fundado em 1873 por trabalhadores indianos que migraram para o país. Todo o templo é muito colorido estando recheado de estátuas e pinturas cheias de cor. Fica a foto da fachada da entrada:




Após o dia agitado de deambulação citadina, aproveitámos o fim da tarde para escrever este post, jantámos e agora vamos terminar o post. Amanhã teremos que acordar cedíssimo porque temos um comboio e um autocarro para apanhar que nos levarão até Melaka onde ficaremos 2 noites em busca de vestígios da presença portuguesa no país.

Até já!








sexta-feira, 7 de março de 2014

Dia 83 - Tanah Rata, Cameron Highlands - Um dia em branco

Dia 83:

Tinhamos alguns planos para o dia de hoje, nomeadamente trekking no Trail 3, mas contingências de saúde  à tarde aliadas a preguiça matinal impediram-nos de por o nosso plano em prática. Nada de grave, que ninguém se preocupe!

A manhã foi passada a dormir e a primeira refeição do dia foi o almoço que acabou por não cair muito bem retendo-nos por perto. Aproveitámos então o tempo para planear a viagem para, e os locais a visitar em Kuala Lumpur e Melaka. Comprar uns mantimento para a viagem, assim como lavar a roupa também fizeram parte dos planos do dia. À noite (agora), após o jantar, é tempo de empacotar tudo dentro da mala, saltar em cima da mesma e por fim, rezar para que a mesma feche! E... claro, escrever o blog.



Extra:

Este post é sem dúvida muito pobre em conteúdo, como tal achámos por bem remeter os leitores para alguns posts antigos com pouca aderência da vossa parte, mas com elevando potencial de interesse na nossa opinião. Segue a lista:

Lantau (Hong Kong) - Um dia bem passado, num local incrível! As fotos pecam um pouco por causa do sol, mas acho que vale a pena rever! Macau é um bónus mas a ideia é mesmo focar Lantau. Este post foi menos visto do blog com apenas 59 visualizações! Fica o link:

Wat Arun (Bangkok, Tailândia) - Aventuras e desventuras com um "pequeno roubo pelo meio" na capital tailandesa levam-nos ao, provavelmente, meu templo budista favorito. De bónus ainda há o famoso Wat Pho. Este post apenas teve 65 visualizações! São gosto, mas se calhar muita gente devia de rever este post, não há como não gostar! Fica o Link:

Grutas de Tham Jang (Vang Vieng, Laos) - um bom dia, com boas fotos de campo, rio e grutas. Este post apenas contou 65 visualizações. Não tão escandaloso como os dois anteriores no subjectivo rácio qualidade/visualizações, mas ainda assim merece mais uma vista de olhos por parte dos leitores! Fica o link deste post e do seu antecessor, não por boas fotos, mas por ter sido um grande dia (63 visualizações), dos melhores e provavelmente o melhor tour em termos qualidade/preço de toda a viagem! 




Os planos para amanhã são rumar a Kuala Lumpur bem cedo pela manhã para termos a parte da tarde para conhecer a cidade. Os dias de descanso acabaram e agora é uma correria até ao avião!

Até já!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Dia 81 e 82 - Tanah Rata, Cameron Highlands - Trekking (Trail 10 e tour)

Dia 81:

Acordámos tarde e a más horas tal como no dia anterior e de manhã não fizemos nada de interesse para quem estiver a ler (comer, escrever blog, planear o dia, etc). Saímos então para almoçar e fazer as últimas compras para o trekking. Hoje o trilho é o nº 10, segundo consta o terceiro melhor aqui das redondezas que nos levaria até ao topo do monte Gunung Jasar, com cerca de 1700 metros de altura. Custou um bocado a encontrar o início de trilho, que ficava por de trás, de umas residencias particulares. Desconfiamos até que tenhamos passado pelo quintal de alguns locais para aceder ao trilho.

Creio que o percurso de hoje seja ligeiramente mais curto que o de ontem (trail 9+9A), mas substancialmente mais difícil, visto a subida ter sido feita (quase sempre) com grande inclinação. O trilho estava razoavelmente indicado e em boas condições. A paisagem e a vegetação eram dispares das do dia anterior: aqui, tal como disse, o terreno era bastante inclinado, o calor fazia-se sentir mais intensamente, a vegetação era muito menos densa, etc. As fotos devem ajudar!

No início da subida...

Ao avançarmos, as raízes das árvores formavam enormes degraus...

Perto do topo, já eramos brindados com uma bonita vista

A vista do topo (1700m), com a copa das árvores da floresta que atravessamos bem a baixo dos nossos pés

No topo, fora do alcance da maioria dos turistas, encontrámos estas plantas carnívoras. No interior destas flores há um líquido rico em açúcar que atrai os insectos para a armadilha

No regresso, descemos o monte à medida que o sol descia no horizonte. Chegámos à base já com algum frio derivado do pouco sol. Os planos para a noite foram os do costume e por esta ordem: comer, blogar e dormir, se bem que pelo meio comprámos um tour para o dia seguinte (dia 82) por cerca de 21,5€ a cada um. O programa do mesmo incluía todo o transporte em jipe 4x4, visita a uma aldeia de arborigenas e demonstração de tiro com zarabatana, queda de água, 3 horas de trekking para ver a Rafflesia (a maior flor do mundo), visita a plantações e fábricas de chá, visita ao Gunung Brinchang (alegadamente o ponto mais alto da Península Malaia) e visita a uma floresta musgosa.



Dia 82:

Acordámos cedo preparámos tudo para o dia que iria ser longo. Com tanta preparação não tivemos tempo para um pequeno almoço maior do que um copo de sumo de laranja. O que vale é que levávamos connosco bastantes mantimentos e muita água. 

O pickup foi feito por um velho jipe 4x4 que, após apanhar os restantes participantes, nos levou para norte de Brinchang, onde iníciámos o nosso trekking em busca da Rafflesia. Comemos um pequeno almoço mais sério pelo caminho enquanto o frio matinal se ia dissipando à medida que o sol subia no céu. O caminho começou por ser largo e algo árido, tornando-se depois mais estreito e rico em vegetação. Quanto mais avançávamos, de mais sombra dispunhamos. Pelo caminho passámos por duas pontes de bambu, vários riachos, várias pequenas quedas de água, etc.

O início da caminhada...

A primeira periclitante ponte de bambu...

A selva aqui não era muito densa...

Na chegada ao nosso destino, quase 2 horas depois damos de caras com uma Rafflesia, a maior flor do mundo, podendo atingir 1 metro de diâmetro e 10kg de peso. O bolbo desta rara flor demora 5 anos a formar-se e dois dias para desabrochar. Incrível a fragilidade desta flor que apena se mantem viçosa (como na foto) entre algumas horas e 5 dias, sendo que depois deste tempo murcha e morre.

Esta é a aldeia dos "arborigenas", que há muito moram em casas de tijolo e betão. Ao lado uma pequena e sem graça casa de bambu para exemplificar como os mesmo, em tempos viviam. Aqui vimos e disparámos uma zarabatana

Após o almoço seguimos para as plantações de chá. O chá malaio não é de grande qualidade visto este ser apanhado por máquinas, levando muitos ramos e folhas mais secas.

E de seguida para as instalações onde o mesmo é processado ao longo de cinco fases. Apesar de grande produtor de chá, a Malásia ainda tem necessidade de importar mais, dado o seu elevado consumo

A paragem seguinte foi o monte Gunung Brinchang, com mais de 2000 metros de altura, alegadamente o maior da Península Malaia. Alegadamente porque esta informação é contraditória entre guias, internet e livro.

Mais uma foto da vista do topo, desta vez na direcção contrária. Curioso como para um lado o céu está perfeitamente limpo e para o outro com nevoeiro cerrado

A nosso última paragem foi a floresta musgosa, uma floresta virgem, das mais antigas do mundo, alegadamente com cerca de 200 milhões de anos

Aqui no fundo crescem árvores sobre árvores. ao longo dos muitos anos que vão passando, as árvores vão sendo cobertas por musgos e por outras árvores. Muitas vão morrendo e outras crescendo por cima

No fundo isto é mais um dos meus dramas! Um dos sítios mais bonitos em que estive, sem grandes fotos para mostrar e menos palavras para descrever. Apenas posso dizer que é como caminhar sobre a copa das árvores!

Segundo o guia, aqui apenas vivem plantas e insectos. Os restantes animais, dada a escassez de alimento e a baixa temperatura, preferem terras mais baixas e mais quentes.

De regresso a casa, é tempo para o ritual do costume, com o capítulo do blog a prolongar-se mais do que devia devido às razões do costume. Nada de novo! Mas nem tudo é mau! Hoje, depois de muito tempo o blog volta a ficar em dia! 

Os planos para os próximos dias (até abalarmos) estão delineados, com uma triste baixa nos nossos planos! Já não há mais ilhas para ninguém, o tempo é curto! Desta forma, amanhã será o nosso último dia em Tanah Rata e deverá ser dedicado a mais um último e derradeiro trekking. Depois 2 dias na capital da Malásia, Kuala Lumpur; seguidos de 2 dias em Melaka, um antigo importante posto comercial português; culminando com 3 dias em Singapura antes de voarmos de volta para o mundo real.

Espero que tenham gostado!

Até já!



quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia 79, 80 - (Viagem para, e) Tanah Rata, Cameron Highlands - Trekking (Trail 9+9A)

Dia 79:


Acordámos tal e qual nos deitámos: com 2 cêntimos no bolso. Era altura de resolver os problemas do dinheiro, e com cartões de crédito indisponíveis, o que pode haver melhor do que agarrar em todo o dinheiro que nos resta de outras moedas e trocar por dinheiro local? 50 ringgits (que recebemos da caução), mais 18 USD, mais 50€; totalizaram cerca de 72€ que nos terão de ser suficientes para os próximos dias!

Com um problema resolvido (dinheiro), resolvemos ir tratar do segundo, a fome! Fomos almoçar a um pequeno restaurante, cujo edifício é património histórico da cidade, mesmo ao pé do hotel onde estávamos. Eu pedi uma costeleta de frango e o Rui um fried rice. Sim, era mesmo uma costeleta de frango segundo eles. No fundo era um pedaço de peito de frango com um bocado de osso na ponta, tudo panado e frito e servido com uma espécie de refogado de tomate, cebola e cenoura. Que delícia! Com este refogado até me senti em casa! Para beber pedimos um café tradicional de Penang. Recebemos um café, normal, não era bom, não era mau. Talvez o intenso calor não nos tenha deixado desfrutar idealmente do mesmo.

Com os problemas resolvidos era hora de seguir viagem para o interior montanhoso da Malásia! Normalmente queixamo-nos dos transportes e temos histórias não muito boas sobre os mesmos, mas desta vez passou-se o oposto! Mais fantástico é termos pago relativamente pouco (cerca de 10€) pela viagem que durou cerca de 6 horas. Portanto, com direito a foto, fica aqui a minha reacção ao saber que ia viajar no autocarro mais espaçoso e confortável que alguma vez vi! Usem me a mim e aos meus braços para terem noção do tamanho que cada lugar tinha. Ps. cada fila tinha apenas 3 lugares: 1 à esquerda, o corredor e 2 à direita.


Apesar de muitas curvas e alguma má disposição, a viagem até foi agradável. Pudera... tanto conforto! Findas 6 horas, chegámos a Tanah Rata, uma pequena aldeia composta apenas por uma estrada principal onde estão quase todos os serviços, como bancos, restaurantes, correios, etc. Em redor desta estrada formam-se um ou dois quarteirões de casas com 2-3 andares, com, por vezes, algum comércio no rés do chão. Tanah Rata localiza-se no centro da Península Malaia e está a cerca de 1500m de altitude, pelo que o clima aqui é totalmente dispar do clima tropical que se faz sentir no restante país. Aqui as temperaturas rondam os 20ºC, algo que vale ouro para quem já andava há um mês a suar tropicalidade.

Sem reserva (porque queríamos ficar em Homestay), dada a escassa ou nula oferta e o facto do acesso à internet ser preponderante para tratar do problema com o cartão de crédito, decidimos procurar um alojamento mais, digamos, normal. O nosso destino acabou por ser a baratinha, mas limpa Twin Pines Guesthouse. Por menos de 7€/noite a cada um ficámos com um quarto com wc privativa, algo que apesar de estar longe de ser essencial, é uma comodidade importante.

Continuámos a nossa jornada gastronómica por terras malaias, desta vez com um murtabak (tradicional do sul da Índia), uma espécie de crepe que pode ser recheado com diversas coisas. Eu escolhi galinha e o Rui legumes e salsicha. Para beber experimentei um sumo natural de morango para testar os famosos morangos que aqui se plantam: aprovados! Depois de jantar, fizemos umas compras rápidas e fomos dormir.



Dia 80:

Acordámos por volta das 10h e não saímos do quarto antes das 14h. Durante este tempo, entre tomar o pequeno almoço e não fazer nada, fizemos contas à vida e ao dinheiro, planeando, ou tentando planear o resto do dia e das férias.

Os planos para este e os restantes dias (meio por opção, meio forçados) passam pela exploração das selvas das redondezas, famosas pelas sua flora, mas também pelos animais que aqui habitam, incluíndo os raros tigres, gibões e rinocerontes em vias de extinção que me deixam indeciso entre o receio e o privilégio de os encontrar! Para tal comprámos um mapa (não que seja muito bom, mas é suficientemente elucidativo, coisa que por menos de 1€ não se pode exigir muito mais) dos trilhos existententes e após o almoço seguimos em direcção ao trilho 9 (trail 9 e 9A), um trilho de selva (segundo consta), o segundo melhor da região, superado pelo 3 (que fica algo longe de onde estamos, mas ponderamos fazer) e seguido pelo trilho 10 (que também planeamos fazer), este de montanha.

Após sairmos da povoação seguimos por um trilho semi pavimentado até à Robinson Waterfall. A água castanhas corria com grande força. Pena a quantidade de lixo que aqui se encontrava.

Continuámos então selva a dentro...

...cada vez mais embrenhados na mesma...

Até encontrarmos a fauna local (obvio que não eram tigres nem rinocerontes): uma espécie de centopeia (vimos duas)com cerca de 30cm de comprimento e mais de 1 cm de diâmetro! Incrível!

Borboletas com cores incríveis... umas maiores que outras

Cogumelos de diversas formas, cores e feitios cresciam nos troncos das árvores tombadas

Nem sempre o caminho era fácil



Visto este trilho não ser circular, voltámos para trás seguindo as nossas pisadas. Vimos muito pouca gente a fazer o nosso precurso e quanto mais embrenhados na selva estávamos menos gente viamos. Foi uma experiencia muito interessante. Algo a repetir! O destino de "amanhã" é o trilho 10, desta vez mais em altitude do que em extensão. Veremos como é!

Finda a caminhada, foi tempo para os procedimentos do costume: banho, comer (não me vou alongar mais nas descrições gastronómica... ainda pensam que nós só andamos aqui a comer), blogar e dormir!



O blog ainda não está em directo, mas para lá caminha! Pode ser que amanha assim se torne! Espero que gostem e que motive alguém a passar por estas bandas.

Até já!