quarta-feira, 5 de março de 2014

Dia 79, 80 - (Viagem para, e) Tanah Rata, Cameron Highlands - Trekking (Trail 9+9A)

Dia 79:


Acordámos tal e qual nos deitámos: com 2 cêntimos no bolso. Era altura de resolver os problemas do dinheiro, e com cartões de crédito indisponíveis, o que pode haver melhor do que agarrar em todo o dinheiro que nos resta de outras moedas e trocar por dinheiro local? 50 ringgits (que recebemos da caução), mais 18 USD, mais 50€; totalizaram cerca de 72€ que nos terão de ser suficientes para os próximos dias!

Com um problema resolvido (dinheiro), resolvemos ir tratar do segundo, a fome! Fomos almoçar a um pequeno restaurante, cujo edifício é património histórico da cidade, mesmo ao pé do hotel onde estávamos. Eu pedi uma costeleta de frango e o Rui um fried rice. Sim, era mesmo uma costeleta de frango segundo eles. No fundo era um pedaço de peito de frango com um bocado de osso na ponta, tudo panado e frito e servido com uma espécie de refogado de tomate, cebola e cenoura. Que delícia! Com este refogado até me senti em casa! Para beber pedimos um café tradicional de Penang. Recebemos um café, normal, não era bom, não era mau. Talvez o intenso calor não nos tenha deixado desfrutar idealmente do mesmo.

Com os problemas resolvidos era hora de seguir viagem para o interior montanhoso da Malásia! Normalmente queixamo-nos dos transportes e temos histórias não muito boas sobre os mesmos, mas desta vez passou-se o oposto! Mais fantástico é termos pago relativamente pouco (cerca de 10€) pela viagem que durou cerca de 6 horas. Portanto, com direito a foto, fica aqui a minha reacção ao saber que ia viajar no autocarro mais espaçoso e confortável que alguma vez vi! Usem me a mim e aos meus braços para terem noção do tamanho que cada lugar tinha. Ps. cada fila tinha apenas 3 lugares: 1 à esquerda, o corredor e 2 à direita.


Apesar de muitas curvas e alguma má disposição, a viagem até foi agradável. Pudera... tanto conforto! Findas 6 horas, chegámos a Tanah Rata, uma pequena aldeia composta apenas por uma estrada principal onde estão quase todos os serviços, como bancos, restaurantes, correios, etc. Em redor desta estrada formam-se um ou dois quarteirões de casas com 2-3 andares, com, por vezes, algum comércio no rés do chão. Tanah Rata localiza-se no centro da Península Malaia e está a cerca de 1500m de altitude, pelo que o clima aqui é totalmente dispar do clima tropical que se faz sentir no restante país. Aqui as temperaturas rondam os 20ºC, algo que vale ouro para quem já andava há um mês a suar tropicalidade.

Sem reserva (porque queríamos ficar em Homestay), dada a escassa ou nula oferta e o facto do acesso à internet ser preponderante para tratar do problema com o cartão de crédito, decidimos procurar um alojamento mais, digamos, normal. O nosso destino acabou por ser a baratinha, mas limpa Twin Pines Guesthouse. Por menos de 7€/noite a cada um ficámos com um quarto com wc privativa, algo que apesar de estar longe de ser essencial, é uma comodidade importante.

Continuámos a nossa jornada gastronómica por terras malaias, desta vez com um murtabak (tradicional do sul da Índia), uma espécie de crepe que pode ser recheado com diversas coisas. Eu escolhi galinha e o Rui legumes e salsicha. Para beber experimentei um sumo natural de morango para testar os famosos morangos que aqui se plantam: aprovados! Depois de jantar, fizemos umas compras rápidas e fomos dormir.



Dia 80:

Acordámos por volta das 10h e não saímos do quarto antes das 14h. Durante este tempo, entre tomar o pequeno almoço e não fazer nada, fizemos contas à vida e ao dinheiro, planeando, ou tentando planear o resto do dia e das férias.

Os planos para este e os restantes dias (meio por opção, meio forçados) passam pela exploração das selvas das redondezas, famosas pelas sua flora, mas também pelos animais que aqui habitam, incluíndo os raros tigres, gibões e rinocerontes em vias de extinção que me deixam indeciso entre o receio e o privilégio de os encontrar! Para tal comprámos um mapa (não que seja muito bom, mas é suficientemente elucidativo, coisa que por menos de 1€ não se pode exigir muito mais) dos trilhos existententes e após o almoço seguimos em direcção ao trilho 9 (trail 9 e 9A), um trilho de selva (segundo consta), o segundo melhor da região, superado pelo 3 (que fica algo longe de onde estamos, mas ponderamos fazer) e seguido pelo trilho 10 (que também planeamos fazer), este de montanha.

Após sairmos da povoação seguimos por um trilho semi pavimentado até à Robinson Waterfall. A água castanhas corria com grande força. Pena a quantidade de lixo que aqui se encontrava.

Continuámos então selva a dentro...

...cada vez mais embrenhados na mesma...

Até encontrarmos a fauna local (obvio que não eram tigres nem rinocerontes): uma espécie de centopeia (vimos duas)com cerca de 30cm de comprimento e mais de 1 cm de diâmetro! Incrível!

Borboletas com cores incríveis... umas maiores que outras

Cogumelos de diversas formas, cores e feitios cresciam nos troncos das árvores tombadas

Nem sempre o caminho era fácil



Visto este trilho não ser circular, voltámos para trás seguindo as nossas pisadas. Vimos muito pouca gente a fazer o nosso precurso e quanto mais embrenhados na selva estávamos menos gente viamos. Foi uma experiencia muito interessante. Algo a repetir! O destino de "amanhã" é o trilho 10, desta vez mais em altitude do que em extensão. Veremos como é!

Finda a caminhada, foi tempo para os procedimentos do costume: banho, comer (não me vou alongar mais nas descrições gastronómica... ainda pensam que nós só andamos aqui a comer), blogar e dormir!



O blog ainda não está em directo, mas para lá caminha! Pode ser que amanha assim se torne! Espero que gostem e que motive alguém a passar por estas bandas.

Até já!

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