quinta-feira, 6 de março de 2014

Dia 81 e 82 - Tanah Rata, Cameron Highlands - Trekking (Trail 10 e tour)

Dia 81:

Acordámos tarde e a más horas tal como no dia anterior e de manhã não fizemos nada de interesse para quem estiver a ler (comer, escrever blog, planear o dia, etc). Saímos então para almoçar e fazer as últimas compras para o trekking. Hoje o trilho é o nº 10, segundo consta o terceiro melhor aqui das redondezas que nos levaria até ao topo do monte Gunung Jasar, com cerca de 1700 metros de altura. Custou um bocado a encontrar o início de trilho, que ficava por de trás, de umas residencias particulares. Desconfiamos até que tenhamos passado pelo quintal de alguns locais para aceder ao trilho.

Creio que o percurso de hoje seja ligeiramente mais curto que o de ontem (trail 9+9A), mas substancialmente mais difícil, visto a subida ter sido feita (quase sempre) com grande inclinação. O trilho estava razoavelmente indicado e em boas condições. A paisagem e a vegetação eram dispares das do dia anterior: aqui, tal como disse, o terreno era bastante inclinado, o calor fazia-se sentir mais intensamente, a vegetação era muito menos densa, etc. As fotos devem ajudar!

No início da subida...

Ao avançarmos, as raízes das árvores formavam enormes degraus...

Perto do topo, já eramos brindados com uma bonita vista

A vista do topo (1700m), com a copa das árvores da floresta que atravessamos bem a baixo dos nossos pés

No topo, fora do alcance da maioria dos turistas, encontrámos estas plantas carnívoras. No interior destas flores há um líquido rico em açúcar que atrai os insectos para a armadilha

No regresso, descemos o monte à medida que o sol descia no horizonte. Chegámos à base já com algum frio derivado do pouco sol. Os planos para a noite foram os do costume e por esta ordem: comer, blogar e dormir, se bem que pelo meio comprámos um tour para o dia seguinte (dia 82) por cerca de 21,5€ a cada um. O programa do mesmo incluía todo o transporte em jipe 4x4, visita a uma aldeia de arborigenas e demonstração de tiro com zarabatana, queda de água, 3 horas de trekking para ver a Rafflesia (a maior flor do mundo), visita a plantações e fábricas de chá, visita ao Gunung Brinchang (alegadamente o ponto mais alto da Península Malaia) e visita a uma floresta musgosa.



Dia 82:

Acordámos cedo preparámos tudo para o dia que iria ser longo. Com tanta preparação não tivemos tempo para um pequeno almoço maior do que um copo de sumo de laranja. O que vale é que levávamos connosco bastantes mantimentos e muita água. 

O pickup foi feito por um velho jipe 4x4 que, após apanhar os restantes participantes, nos levou para norte de Brinchang, onde iníciámos o nosso trekking em busca da Rafflesia. Comemos um pequeno almoço mais sério pelo caminho enquanto o frio matinal se ia dissipando à medida que o sol subia no céu. O caminho começou por ser largo e algo árido, tornando-se depois mais estreito e rico em vegetação. Quanto mais avançávamos, de mais sombra dispunhamos. Pelo caminho passámos por duas pontes de bambu, vários riachos, várias pequenas quedas de água, etc.

O início da caminhada...

A primeira periclitante ponte de bambu...

A selva aqui não era muito densa...

Na chegada ao nosso destino, quase 2 horas depois damos de caras com uma Rafflesia, a maior flor do mundo, podendo atingir 1 metro de diâmetro e 10kg de peso. O bolbo desta rara flor demora 5 anos a formar-se e dois dias para desabrochar. Incrível a fragilidade desta flor que apena se mantem viçosa (como na foto) entre algumas horas e 5 dias, sendo que depois deste tempo murcha e morre.

Esta é a aldeia dos "arborigenas", que há muito moram em casas de tijolo e betão. Ao lado uma pequena e sem graça casa de bambu para exemplificar como os mesmo, em tempos viviam. Aqui vimos e disparámos uma zarabatana

Após o almoço seguimos para as plantações de chá. O chá malaio não é de grande qualidade visto este ser apanhado por máquinas, levando muitos ramos e folhas mais secas.

E de seguida para as instalações onde o mesmo é processado ao longo de cinco fases. Apesar de grande produtor de chá, a Malásia ainda tem necessidade de importar mais, dado o seu elevado consumo

A paragem seguinte foi o monte Gunung Brinchang, com mais de 2000 metros de altura, alegadamente o maior da Península Malaia. Alegadamente porque esta informação é contraditória entre guias, internet e livro.

Mais uma foto da vista do topo, desta vez na direcção contrária. Curioso como para um lado o céu está perfeitamente limpo e para o outro com nevoeiro cerrado

A nosso última paragem foi a floresta musgosa, uma floresta virgem, das mais antigas do mundo, alegadamente com cerca de 200 milhões de anos

Aqui no fundo crescem árvores sobre árvores. ao longo dos muitos anos que vão passando, as árvores vão sendo cobertas por musgos e por outras árvores. Muitas vão morrendo e outras crescendo por cima

No fundo isto é mais um dos meus dramas! Um dos sítios mais bonitos em que estive, sem grandes fotos para mostrar e menos palavras para descrever. Apenas posso dizer que é como caminhar sobre a copa das árvores!

Segundo o guia, aqui apenas vivem plantas e insectos. Os restantes animais, dada a escassez de alimento e a baixa temperatura, preferem terras mais baixas e mais quentes.

De regresso a casa, é tempo para o ritual do costume, com o capítulo do blog a prolongar-se mais do que devia devido às razões do costume. Nada de novo! Mas nem tudo é mau! Hoje, depois de muito tempo o blog volta a ficar em dia! 

Os planos para os próximos dias (até abalarmos) estão delineados, com uma triste baixa nos nossos planos! Já não há mais ilhas para ninguém, o tempo é curto! Desta forma, amanhã será o nosso último dia em Tanah Rata e deverá ser dedicado a mais um último e derradeiro trekking. Depois 2 dias na capital da Malásia, Kuala Lumpur; seguidos de 2 dias em Melaka, um antigo importante posto comercial português; culminando com 3 dias em Singapura antes de voarmos de volta para o mundo real.

Espero que tenham gostado!

Até já!



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