sábado, 1 de março de 2014

Dia 75 e 76 - Penang (ócio e aventuras gastronómicas)

Dia 75:

Retomando o post anterior, tinhamos acabado de iniciar uma longa jornada de comboio que deixara Surat Thani (Tailânda) às 1h30 rumo a Butterworth (Malásia), onde chegou por volta das 13h (com mais uma hora do fuso horário e menos de uma hora de paragem na fronteira para tratar das formalidades). Em Butterworth aproveitámos para comprar qualquer coisa para colmatar as muitas horas sem comer (tinhamos bolachas, mas já estávamos mais que fartos) antes de apanharmos o ferry rumo a GeorgeTown, na ilha de Penang (cerca de 30 centimos). Já em Penang e a dois quilometros do nosso hotel, procurámos um taxi que nos pediu cerca de 4 euros pela viagem. Achámos muito caro e então preferimos caminhar sob o calor intenso. Antes do meio do caminho arrependemo-nos, mas não demos parte fraca e seguimos na tentativa de recuperar o grande rombo que o segundo curso de mergulho abriu no orçamento. Mal chegamos ao hotel, por volta das 14h, tomei banho e deitei-me um bocado na cama para descansar da agitação dos últimos dias (mergulho e viagens). 

A vista de Penang do ferry acabado de sair de Butterworth

Quando dei por mim, acordei cheio de fome (não comia uma refeição decente desde o último jantar), olhei para o relógio que marcava 22h! Saímos para jantar, ainda com uma remela no olho em busca da famosa gastronomia de Penang. Por sorte ou acaso, e sem querer, acabámos por ir parar a um restaurante famoso pelas suas sopas. Sem pesquisa prévia, e sem menus, além de um grande placar (escrito em malaio) com diversos pratos desconhecidos, decidimos arriscar o Roti Cheese. O queijo calha sempre bem com tudo e era a única palavra que nos era familiar num "menu" com cerca de 40 pratos. Acabámos por descobrir um iguaria local: uma espécie de pão/crepe ao género dos naan indianos (mas mais amanteigado) recheado de queijo, servido com um molho picante para molhar o "pão". Bastante bom! Não satisfeitos e mais às aranhas que nunca, já que a especialidade do restaurante são sopas, resolvi pedir uma sem especificar; o empregado disse as que tinha e escolhi galinha. O resultado foi fogo líquido! Ok, realmente não era assim tão picante: um caldo claro com um forte travo a caril, com pedacinhos de malagueta a flutuar e com pedaços de delicioso frango no fundo; tudo isto acompanhado por duas enormes fatias de pão. No fundo esta sopa, para mim, é mais um molho para o pão do que uma sopa para se comer à colher. No final, achei que a sopa seria realmente boa se tivesse metade do picante.

De barriga cheia e boca em chamas era hora de voltar para de onde saí: a minha cama! Ainda havia muitas baterias para recarregar.



Dia 76:

Com despertador para as 9 horas, despachámo-nos e descemos para o pequeno almoço. Ainda sem planos para o dia subimos ao quarto e começamos a planear, a conversar, a planear, a jogar, a... fazer nada. Demos por nós, mais um dia sem almoçar e eram horas de jantar. Nada como ir curar a fome em mais uma aventura gastronómica pelas ruas de Penang. Demos umas voltas em busca de alguns restaurantes de que tínhamos boas referencias, mas acabámos por encontrar alguns fechados, sendo que outros nem encontrámos. A nossa refeição acabou por ser tomada numa espécie de restaurante de esquina que funcionava de uma forma algo peculiar, mas que não deixa de ser uma grande ideia já explorada por estas bandas, mas em especial na Malásia. Pois bem, passo a explicar: são espaços, muitas vezes parcial ou totalmente ao ar livre (com mesas e cadeiras) que (normalmente apenas) servem bebidas; estando estes rodeados por 3, 4, 5 bancas (que na prática são um carrinho com um fogão, como a foto ilustra) especializadas em 1-2 pratos que confeccionam eximiamente. Desta forma as bancas associam-se numa espécie de cooperativa partilhando um espaço (muitas vezes de terceiros) atraindo mais clientes, mantendo a sua qualidade e especialização nos pratos que confeccionam, mas oferecendo a mais variedade e possivelmente algum conforto. Em Hanoi, já tínhamos tido contacto com uma ideia semelhante, mas com contornos mais aplicáveis aos patroes ocidentais tanto em termos de standards (ASAE e afins), como de preço. Ainda assim, sendo uma coisa bem pensada e adaptada ao ocidente, com algumas arestas limadas, parece-me uma boa ideia de negócio a implementar no ocidente (se é que não a há). Adiante... vamos à comida. Aqui como as doses são pequenas marcharam dois pratos para cada um: o primeiro e o segundo... 


ok, desculpem a graçola! O primeiro prato foi provavelmente dos mais clássicos de Penang, o Char Koay Teow: noodles de arroz fritos com ovo, alho, camarão, rebentos de soja e muito molho de soja. Deliciosos! Tanto que o Rui repetiu a dose. Para segundo prato e para variar decidi avançar para a sopa de tubarão: um caldo muito espeço, diria mesmo pastoso e bastante picante com alguns vestígios de malaguetas frescas e sabor a marisco; o caldo era guarnecido com "carne" de tubarão, cogumelos (deliciosos), caranguejo desfiado e aipo. Comida bastante boa e incrivelmente barata (leia-se 1€/prato). Preços muitos semelhantes aos da Tailândia.



De facto acabou por ser um dia perdido. De facto acabou também por ser um dia para recarregar baterias, um dia para descansar, um dia para "fazer nenhum" que também sabe bem! Como sabiamente dizem os italianos: "il dolce far niente". Para "amanhã" temos despertador para as 8h para ver se aproveitamos bem o dia para ver a cidade toda!



Ver se de hoje em diante, consigo voltar a actualizar o blog mais regularmente. Mesmo que sejam dias assim sem fotos nem grande história!


Sem comentários:

Enviar um comentário