sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Dia 16 - Lago Titicaca - Ilhas Flutuantes de Urus e Amantani

 Dia 16 - Ilhas Flutuantes de Urus e Amantani

O autocarro chegou mais cedo, por volta das 5 da manhã e eu estava completamente de rastos. Fui recebido por um fulano da agencia de viagens e trouxe-me a um hostel onde teria que esperar até ao pick up que seria por volta das 7, mas acabou por ser mais perto das 8! Aproveitei o tempo para acabar o trabalho que ficou em falta do dia anterior e escrever mais um bocadinho do blog! O tempo é precioso!


Seguimos então até ao porto de Puno, a porta de entrada para o Lago Titicaca (significa puma de pedra), para apanharmos o barco em direcção às ilhas flutuantes de Urus. Ilhas muito interessantes que são feitas de raízes de papiros atadas umas às outras, o que faz a base de flutuação, e depois são colocados por cima papiros frescos regularmente (a cada 2-3 semanas dependendo de estado do tempo) visto que as camadas inferiores vão apodrecendo. O "chão" era incrivelmente fofo e estável. E as ilhas são ancoradas, se não iriam literalmente para onde o vento as levasse!

As comunidades de Urus são pré Incas de modo que aqui têm vivido há centenas de anos. As casas são também feitas de papiros (que também dão para comer), mas nos dias de hoje em dia são construídas em cima de uma base de madeira, e os tectos tem revestimento plástico para evitar a entrada das chuvas. Ainda assim nestas comunidades os problemas de ossos devido há elevada humidade são uma constante ainda nos dias de hoje.


Interessantes tradições nesta comunidade que nos dias de hoje infelizmente vive maioritariamente do turismo. Pesca e contrabando com a Bolívia, com quem o Peru divide o lago Titicaca, são outras das actividades locais.

Dia 30 era dia de eleições do presidente daquelas ilhas (eleito todos os anos) e cada família, nunca mais de 5 famílias por ilha colocavam bandeiras da cor do candidato que apoiavam.


Passámos então de uma ilha a outra num barco feito de papiros, onde tive tempo para beber um cafezinho antes de seguir para Amantani.




Chegados à ilha de Amantani, a maior ilha Peruana no lago Titicaca, tivemos que subir uns bons 15 minutos até à casa da família que nos iria acolher por dia e meio. A subida foi íngreme e algo pesada, num lago que tem as suas águas a 3800m e o topo das suas montanhas a cima dos 4000m, o ponto mais alto do lago. Chegados tivemos direito a cerca de uma hora de descanso. Prontamente adormeci! 
Hora do almoço e família (mama Justa e papa Adolfo) tinha-nos preparado uma deliciosa sopa de quinoa e vegetais (já tinha saudades de uma comida caseira!) e um prato com salada de cenoura, tomate e pepino, três tipos de batata e uma fatia de queijo grelhado (uma espécie de halloumi, mas algo azedo). As pessoas nesta ilha são bastante pobres e vivem de pouco mais do que agricultura de subsistência e do turismo. São maioritariamente vegetarianos porque não há dinheiro para carne, e esta zona do lago é muito funda e a pesca não é fácil.


Chegou a hora de caminhar-mos até aos dois topos da ilha, cada um com um templo no seu cume, mas antes ainda deu para uma breve partida de futebol com a criançada local! Dar 3 toques na bola e uma corrida de 5m a quase 4000m de altitude é um pincel acreditem!

Subimos e fomos brindados com vistas incríveis e com um por do sol belíssimo neste lago que parece um mar! Nos templos fizemos uma um ritual local que consistia em dar 3 voltas ao templo no sentido anti-horário, com de 3 folhas de coca na mão, que seriam então atiradas contra a porta do templo como uma oferenda. O retorno seriam 3 desejos. Veremos!


Montanha a cima fomos recomendados a mascar folhas de coca para ajudar com a altitude, mas o sabor era muito mau mesmo, então saltei fora do barco. Uma curiosidade é que só acima dos 4000m é que há sinal de telemóvel e consequente internet. Muitas casas ainda não têm eletricidade e as que têm muitas vezes é apenas para iluminação. Outra curiosidade é o facto da combinação do céu com as águas e a luz do sol darem sempre fotos incríveis!


Descemos em direcção às nossas "famílias", onde jantámos antes de seguir para a "discoteca" um pavilhão multi usos onde houve musica ao vivo (um bombo, uma flauta de pan e uma espécie de ukulele). A custo e alguma vergonha, com os trajes tradicionais acabámos por fazer a festa.

Aina não eram 10 da noite e já estava tudo de rastos! Os turistas que muito caminharam e dançaram (e eu pouco dormi) e os locais que geralmente acordam antes das 5 da manhã.

Tomei um duche quentinho numa cabina no quintal, que apesar de atacado por todo o tipo de insectos atraídos pela luz me soube pela vida!

Xixi, cama!

Dia 15 - Em transito - Machu Picchu - Cuzco - Puno

Dia 15 - Em Transito

Um dia que pouco ou nada merece menção, a não ser pela loucura de voltas que dei! 

Antes de me deitar no dia anterior estava a pensar para mim mesmo como já ando por estas bandas há quase duas semanas e ainda não tive sequer um sinal de caganeira, e de como há 8 anos em Chiang Mai, na Tailândia apanhei a pior intoxicação alimentar da minha vida e como eu e o Rui brincávamos a dizer que "na Ásia, caganeira é um estado de espirito"! Estava a pedi-las! Dito e feito!

Acordei para trabalhar como não podia deixar de ser, e fui para um café virar chá preto como se não houvesse amanhã para acalmar a tripa e ter acesso à internet. Trabalhei o que pude e saímos para almoçar, no mesmo local que tínhamos comido no dia anterior, o menu foi um polvinho com causa limeña (uma espécie de puré de batata). Não estava mau! Segui a trabalhar no restaurante.

Brownie com coulis de coca para dar força para trabalhar!

Seguimos para apanhar o comboio (que entretanto mudamos a hora para mais cedo, para eu chegar a tempo a Cuzco para seguir viagem) e havia uma multidão de pessoas para abalar!

Sem grandes histórias, apanhamos o comboio de Águas Calientes para Ollantaytambo, de onde apanhamos um colectivo (mini van, bastante económica) para Cuzco. Chegando a Cuzco encontrei-me com o fulano da agencia para finalizar o pagamento do tour que iria fazer a Puno e ilhas do Lago Titicaca.

Tinha umas horas para queimar e aproveitei o momento para escrever um pouco o blog e voltar ao meu iogurte com granola! Já começo a sentir falta de alguma coisas, ou então já estou farto de fritos!

Horas queimadas, apanhei um taxi até ao terminal de autocarros e aí apanhei um autocarro-"cama" em direcção a Puno que iria levar cerca de 8h. A "cama" era um banco extra reclinável.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Dia 14 - Machu Picchu & Delícias Gastronómicas locais

 Para variar acordei bem cedo e pus mãos à obra para adiantar tanto trabalho quanto pudesse antes de subir ao Machu Picchu e finalmente realizar um sonho antigo! Enquanto trabalhava ouvia a chuva lá fora, cada vez mais forte!

Saí para tomar um reforço do pequeno-almoço que já tinha sido há 4 horas e parecia que o céu estava a cair! A meio caminho do autocarro (5 minutos) já estava com as calças totalmente ensopadas e já estava a desmoralizar com a má sorte que me assombrava!


O que tem que ser tem muita força e segui viagem! Muito controlo e muitas restrições tanto por causa do COVID como mercado negro/falsificações de bilhetes. Cada bilhete está associado a um passaporte, tanto que à entrada não pediam bilhetes, mas sim e apenas o passaporte! Seguimos montanha a cima em autocarros (alegadamente) ecológicos numa subida de cerca de 18km que levou cerca de meia hora.


Entrámos após esperarmos um bom bocado devido a uma longa fila (alegadamente um dia calmo) e a chuva não parava! Estava pronto para voltar ensopado para casa, mas esta aventura tinha que ser vivida e vivida AGORA!

Eu subi pela plataforma superior, onde alegadamente teria uma melhor vista e o Neuri seguir pela plataforma inferior e combinamos encontrar-nos na cidadela. A vista prometida foi a seguinte.

Apanhámos bastante gente, mas nada comparado com as multidões que há uns anos apanhei no Angkor Wat

Já na plataforma de observação a cidadela era pouco mais do que ténues linhas escondidas atrás das núvens


E volta o ditado: "Se não gostas do tempo, espera cinco minutos!"

Mais de 5 minutos depois e já a descer para a cidadela


A nível de altitude e exigência física achei toda a visita muito acessível, fácil e boa para todas as idades!


Os afortunados lamas a curtirem a vista dos antigos socalcos agrícolas


A visita durou cerca de 3 horas num passo bastante lento, a ver tudo e a curtir nas calmas, incluindo muitas pausas de 5 minutos na esperança de uma ligeira mudança climática. Gostaria de ter feito esta visita com um dia mas foi-nos pedido entre 200 e 350 dólares e pareceu me um balúrdio injustificado!

Mentiria se dissesse que não ficou um um bichinho que cá querer voltar, fazer a subida ao Machu Picchu a pé numa caminhada de 4 dias, e de fazer uma visita guiada ao mesmo! Razões para voltar não faltam!

Queria também deixar uma breve nota que pode poupar muito dinheiro a futuros viajantes no comboio para Águas Calientes. De Cuzco pode apanhar-se um autocarro ou tour para perto da ultima paragem de comboio antes de Águas Calientes e fazer uma breve e plana caminhada de cerca de 2 horas! Se eu soubesse... Mais sorte aos futuros viajantes!

Lombo de Alpaca  com Quinoto (risoto de quinoa) de Aji

A descida foi pacífica e a fome apertava, visto que no Machu Picchu não são aceites comidas. A muito custo convenci o Neuri a irmos comer a um restaurante de que tinha ouvido muito bem! E foi o melhor que fizemos: cervejas artesanais, porções generosas, comida impecávelmente preparada e apresentada e os preços não chocavam! A melhor refeição até agora no Peru!

E com esta me despeço!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Dia 13 - Trabalho e preparações para o Machu Picchu

Acordei em Águas Calientes, também conhecido como Machu Picchu Pueblo, e desci para o pequeno-almoço e avançar com o meu trabalhinho. A internet aqui não era grande espingarda, então saí em busca de uma melhor ligação, mas antes era altura de comprar os bilhetes para o Machu Picchu num posto de turismo local que nos foi recomendado visto ser mais barato.


Chegando lá foi-nos dito que já não se vendiam lá bilhetes que que a única forma de os adquirir seria através do site oficial. Aproveitamos a oportunidade para perguntar quando era a melhor altura para visitar a maravilha local, e pedimos algumas indicações meteorologias, visto a previsão ser uma semana de chuva. Fomos recomendados a comprar o bilhete com entrada das 12 às 13 (os bilhetes têm hora de entrada e alegadamente, se se chega um minuto que seja atrasados, ardeu!) para evitar as chuvas e as multidões vindas de Cuzco em day-tour.
Escultura no rio

Impossível esconder o facto de sermos estrangeiros, então somos sempre muito abordados pelos locais para comprar nas lojas deles, comer nos restaurantes deles, etc. Fomos abordados por um peruano que falava português e tal bastou para nos convencer! Todavia pensava que eramos brasileiros e estava muito curioso com o nosso sotaque e perguntou de que estado éramos! Teve a sua graça! Um cafezinho, uma empada e um jarro de sumo de manga foi o meu para por o meu trabalho em dia e dar um avanço para o dia seguinte!

Tarde e a más horas fomos almoçar (por volta das 17h), marchou uma truta "grelhada" que na prática foi frita ja frigideira. Não estava mal, mas também não impressionou.

Pouco mais se fez neste dia, uma volta pela cidade à noite, avançar mais um bocadinho do trabalho para o dia seguinte, o dia de Machu Picchu e dormir cedo, porque iria acordar cedo para avançar mais trabalhinho.


domingo, 26 de dezembro de 2021

Dia 11 e 12 - Natal na Montanha das Sete Cores e viagem para Águas Calientes

 Dia 11 - Natal na Montanha das 7 Cores

Aproveitei a folga extra de Natal para ir explorar um pouco mais os Andes! Acordei cedíssimo, desta vez não por culpa do jet lag mas sim porque às 4.30 da manhã já tinha um mini bus a esperar-me para me levar à Montanha das Sete Cores!

Tomamos o pequeno almoço numa pequena aldeia antes de seguirmos montanha a cima por estradas de terra, mesmo à beira do precipício. Curiosa a mudança da vegetação à medida que íamos subindo dos cerca de 3500 até aos 4700 metros de altitude. Quanto mais subíamos, menos e mais rasteira era a vegetação. De notar a grande e improvável presença de eucaliptos (parece que foram introduzidos nesta zona montanhosa e extremamente fértil devido a ser a árvore que mais rápido cresce, e portanto mais económicamente rentável é) e talvez ainda mais estranho, a existência de cactus na neve!

Antes de continuar o relato queria só reforçar o quão diversa é a cultura e gastronomia peruana. Este país é maioritáriamente atravessado pela maior cordilheira montanhosa do mundo, os Andes, tem mais de 60% do seu território coberto pela selva Amazónica e ainda tem a sua longa e árida costa! Três climas totalmente dispares que trazem todo o tipo de legumes dos férteis vales andinos, frutas de todos os tipos e feitios da selva amazónica e vinho e peixe da zona costeira! Adiante...


Ao chegarmos a início da nossa caminhada fiquei surpreso com a quantidade de neve que havia no topo das montanhas. Estava a 4700m de altitude e estava nervoso a nível de como seria a minha reacção física a esta caminhada e também ao meu nível de agasalhos (tshirt + camisa + casaco + corta vento + lenço, ainda tinha um gorro na mala mas nem usei!).


O caminho começou com uma subida ligeira e com uma variedade de climas interessante. Apanhei chuva, sol, muito vento e até nevou pelo caminho!!


Muitos optaram por fazer o caminho a cavalo, e muitos outros decidiram apanhar a boleia do cavalo a meio caminho.

Não vou mentir e dizer que foi fácil, aliás, atrevo me a dizer que foram os 5km mais difíceis da minha vida, especialmente o último quilometro em que o caminho ficou muito mais íngreme! Tenho estado a tomar comprimidos de Acetazolamida (medicamento receitado para me adaptar melhor à altitude), e comi uns rebuçados de mel e coca pelo caminho que também ajudam (tal como o chá de coca ou de muña, uma espécie de menta). Ainda assim não deixei ter que fazer dezenas de breves paragens para respirar convenientemente e deixar o ritmo cardíaco baixar antes de seguir caminho. Nunca o "devagar se vai ao longe" fez tanto sentido!

Já se começavam a notar algumas cores...


Todo o esforço valeu a pena e o explorador chegou ao topo para poder desfrutar desta bela vista! Definitivamente um Natal diferente, certo? Um Natal a 5036m de altura! Estava em altas!


O que seria do Natal sem comida boa? E num restaurante com vista! Duas pedras com uma tábua em cima, onde me sentei, uma travessa de esferovite com Chicharron de Alpaca (uma espécie de guisado/fritada de Alpaca) e um chá de coca para aquecer! Juro que me soube pela vida! Em tom de curiosidade, foi me dito que a carne de Alpaca é a única sem colesterol!


Uma última vista para o glaciar com as neves eternas dos Andes antes de iniciar a descida.

O início da descida foi algo complicado visto o chão ser uma mistura de lama, pedras e gelo e ser bastante escorregadio. Nunca a bengala deu tanto jeito!

O resto do caminho foi bem mais pacífico montanha a baixo. Cheguei por volta do meio dia e estava de rastos. Adormeci no minibus, parámos para almoçar, adormeci novamente e só acordei no regresso a Cuzco!

De notar o relativo elevado número de turistas Peruanos a fazer esta caminhada, todos de Lima.

Chegado a Cuzco foi tempo de ligar à família a desejar bom Natal, tomar uma banhoca e cama!

Dia 12 - Viagem para Águas Calientes

Incrivelmente não acordei cedíssimo, mas cedo o suficiente para avançar o trabalho o mais que pude, visto ter um dia de viagem pela frente! Mala feita, que não tendo mais coisas parece cada vez mais cheia!! Check out, adeus e bom dia! Estava na hora de nos fazermos à estrada.

Para o pequeno almoço decidi experimentar uma Chicha de morango, que não era mais do que morangos fermentados com água e açúcar! Não deve haver muitas formas piores de começar o dia! Um bolo e uma banana compensaram o estrago anterior!

Primeira missão, arranjar forma de chegar a Ollantaytambo! Arranjámos um colectivo (veículo com preços geralmente mais caros que um autocarro, mas regra geral mais rápido e confortável; no fundo é um carro/carrinha com um certo destino, que assim que enche segue viagem) que demorou a partir... aproveitei o tempo para trabalhar um pouco no que podia fazer através do meu telemóvel! Bendita tecnologia! Seguimos numa viagem de certa de hora e meia até Ollantaytambo. Pelo caminho metade da estrada estava bloqueada pelas recentes desabamentos de terra.

Plaza de Armas de Ollantaytambo

Terra aparentemente agradável, local onde iriamos apanhar o comboio para Águas Calientes, também conhecida como Machu Picchu Pueblo. Ficou a vontade de voltar!

Tratámos de seguir até à estação de comboios comprar os bilhetes. Ou deverei dizer ser roubado?! Não há outra alternativa de ir até ao Machu Picchu se não usando uma das duas companhias de comboios. Gerou-se um monopólio e a procura turística é insana, portanto, onde um Cusquenho paga 15 soles (3€) um Peruano paga 30 soles (6€) e um turista estrangeiro para 550 soles (cerca de 120€) para ir e vir de comboio!!! Um pouco revoltante, mas adiante!

Para embarcar no comboio era necessária dupla máscara ou KN95, mais viseira, mais certificado de vacinação, mais uma declaração jurada de como não temos nenhum sintoma compatível com COVID. O resultado foi este.


A viagem de comboio foi bastante agradável, em carruagens panorâmicas, com ar condicionado, e pela maioria do caminho até tinha sinal de telemóvel, o que me deixou usar os dados móveis para trabalhar no computador. Tivemos ainda direito a um pouco de musica e dança ao vivo para animar a malta. Engraçado, mas preferia ter pago bem menos pela viagem e não ter tantos luxos.

Chegádos a Águas Calientes as primeiras impressões foram boas, numa pequena vila com cerca de 2000 habitantes, rodeada de montanhas e dois rios, totalmente virada para o turismo, daquele cliente que vem uma vez e não volta mais. É um ponto de passagem, ninguém, fica. Os preços são geralmente mais caros que noutros lados a nível de alojamento ou mercearia, mas especialmente a nível de restauração! Muito artesanato e muitas bancas viradas para o turista.

                  

Gostei tanto da minha alpaca de natal que quis repetir a dose, mas só encontrámos Alpaca à la plancha, que no final de contas era um bife frito e sem graça. Que desilusão! Mais desilusão só mesmo por ser sido quase o dobro do preço da média das refeições nos últimos dias.

Notas importantes, só numa mercearia é que me aceitaram pagamentos com cartão, de resto, tudo em dinheiro (hotel e restaurantes) de bónus, a maioria das caixas multibanco não tê dinheiro!





sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Dia 10 - Morada dos Deuses

Dia 10 - Morada dos Deuses

Acordei cedo, mas desta feita após uma noite bem dormida! Que bom ter um pouco de descanso! Acordei também com o meu corpo a pedir algo fresco e saudável! O pequeno almoço tinha que ter fruta e um bom café também tinha que estar no menu! O Peru é muito famoso pelo seu cacau e pelo seu café!


Iogurte com fruta e granola

Finalmente um bom café!

Tratei de alguns assuntos e planeamentos, como marcar o próximo alojamento, planear a viagem ao Machu Pichu, marcar um tour para o dia seguinte à montanha das 7 cores, comprar comida, levantar dinheiro (18 soles de comissão em cada levantamento! São quase 4€ e o levantamento máximo é de 450 soles, menos de 100€).

O centro de Cuzco estava à pinha com tanta gente no mercado de Natal

Aventuras e desventuras com táxis (isto já não é defeito, é feitio). Desta vez o táxi que nos ia levar avariou! Arranjamos outro que nos levou a Apukunaq Tianan, talvez mais conhecido como La Morada de los Dioses, ou a Morada dos Deuses. Um local privado, onde o escultor Michael de Titan tem várias esculturas na pedra e madeira inspiradas na mitologia Inca. A maior escultura em pedra estará concluída dentro de 2 anos e medirá 50m de altura. Este local já é muito interessante e tem uma vista incrível sobre os Andes, mas é sem duvida um trabalho em curso. Deixo algumas fotos.





Regressámos à base e pouco mais se passou. Jantar, preparar as coisas para o tour de amanhã e escrever o blog.

Hoje é 24, véspera de Natal e aqui no hostel estão a organizar uma festa, mas só começa por volta das 23h e amanha tenho o pick up para o tour as 4h da manhã, estão saltei fora!

Bom Natal para todos!









 





Dia 9 - Um cheirinho de Cuzco

 

Dia 9 - Um cheirinho de Cuzco

Acordámos cedo e saímos à pressa para o aeroporto (até deixei o pequeno almoço que comprei na véspera para trás!) de onde seguimos para Cuzco. A viagem foi pacífica tendo durado pouco mais de uma horas. Ao chegarmos, eu senti ligeiramente os efeitos da altitude, mas o Neuri passou mesmo mal. Cansaço, ritmo cardíaco acelerado, dores de cabeça são alguns dos sintomas que podem ocorrer. Há medicação para isto que trouxe de Portugal, mas as opções locais são o chá de coca ou os rebuçados de coca.

Chegámos a Cuzco, fizemos check in no nosso Hostel (prenda de natal para mim próprio: um quarto só para mim! Preciso de dormir!) e saímos em busca do melhor Kui de Cuzco. Kui é a palavra Inca para porquinho da Índia, uma iguaria local. Foi-nos recomendado um local como o melhor da cidade em que serviam Kui frito e assado. Queríamos um de cada, mas não tivemos direito, porque pouco depois da uma da tarde, o assado já tinha terminado. O Kui era acompanhado por batata cozida e por rocoto (um pimento recheado e frito). O Kui apesar do aspecto pouco apelativo, com cabeça, unhas, dentes, etc era bastante bom, com um sabor que diria de 70% leitão 30% frango.


Depois de almoço decidimos descansar um par de horas antes de seguirmos para o centro histórico, a Plaza de Armas onde se encontrava um enorme mercado de natal, com bancas de artesanato Inca, comida, bebida, doces, roupa, etc. Um facto interessante é que aqui o bolo de natal é o panetone.

Entre a chuva e o sol o mercado seguia!

Cada vez que o sol abria, as vistas eram incríveis!

No regresso a casa, passámos por uma banca de street food e não podemos resistir em pedir um par de anticuchos de corazon. Acho que estou viciado!



Para um jantar mais sério, demos um saltinho a um restaurante aqui ao pé e fui para o arroz chaufa de galinha, o qual é muito semelhante ao arroz frito que tanto comi na Ásia! Ainda tivemos direito a uma canja local de oferta que na verdade me tinha chegado para o jantar, visto ser tão pesada: caldo grosso, arroz e vegetais! Trouxe o resto de arroz para comer no dia seguinte. A brincadeira ficou por cerca de 10 soles, ou seja pouco mais de 2€.


Numas compras depois de jantar, encontramos uma mini mercearia com medicamentos/comprimidos vendidos a vulso. Achei curioso!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Dia 7 e 8 - Aventuras, desventuras do adeus a Lima

Dia 7 - Aventuras



Acordei cedíssimo num misto de jet lag com uma noite muito mal dormida devido ao ressonar do meu companheiro de viagens. Tudo bem, aproveita-se para trabalhar, tomar o pequeno almoço no ghetto onde provei uma bebida de quinoa e outra de maca, um cereal e um tubérculo, ambos considerados super alimentos, que são tornados farinha, e depois ao se adicionar água quente, faz se uma estranha bebida pastosa. Não é mau, mas também não deixou muitas saudades. 

A nossa vizinhança - Callao


Hora de sair, e hora de voltar a Miraflores, desta vez à zona costeira para dar uma perninha de surf no oceano pacífico. Ondas pequenas, mas fortes e com jeitinho ainda apanhei umas ondas incrivelmente longas! Valeu a pena, foi barato, e ainda trouxe uns picos de ouriços do mar no meu pé direito. Doía me um pouco, mas não me preocupei muito. Tinha combinado com o Neuri em irmos almoçar ao distrito de La Punta, e pedi lhe que me levasse uma pinça para tentar tirar os picos dos ouriços.

Praia Waikiki - Miraflores


Um pincel para apanhar um taxi ou um Uber nesta cidade! Mas melhores histórias sobre este tema já vêm daqui a pouco. Encontramo-nos e fomos almoçar (após algumas tentativas falhadas paras retirar os picos do meu pé) ao Divino Mar, um buffet de gastronomia peruana com vista para o mar. 

Podíamos comer o que quiséssemos as vezes que quiséssemos.
Começamos, da esquerda para a direita: Causa Acevichada (quando chegou à mesa juro que pensei que fosse um gelado, quando na verdade era uma espécie de puré de babata!), Ceviche e Tequenos de Queijo

Seguimos com Salpicon de Verduras (salada russa sem tirar nem por), Papa a la Huancaina (batata cozida com molho de queijo e aji, uma espécie de pimento local) e Tamales verdes (uma pasta de farinha de milho cozida em folhas de bananeira)

Arroz de Marisco, Lomo saltado (bife com molho e batatas fritas) e feijão

Puré de Maça, Peru assado no forno e Frango com Tamarindo (muito parecido ao frango agridoce dos restaurantes chineses em Portugal)

Já a rebentar, Jalea Mixta (fritada de peixe) e Wantan (pasteis de frango com molho agridoce)
O Neuri foi corajoso que chegue para ainda ir para um trio de massas e um Picante de Marisco (guisado de pota no fundo)
A barrigada é notória!

Uma experiencia interessante pela variedade e pela vista neste concorrido restaurante de Lima, mas a verdade é que a quantidade e variedade fez se pagar não tanto em dinheiro, mas em qualidade. Para quem tiver pouco tempo no Peru, este restaurante pode ser uma boa hipótese para se experimentar um pouco de tudo, mas foi dos piores sitios onde comi. Quando os standards se elevam a um certo ponto, o medíocre parece mau!

Fui dar uma volta para ver a zona fina (La Punta) à beira do "meu" gueto (Callao) e aproveitar para procurar uma farmácia para ver se me ajudava com os picos dos ouriços, mas sem sorte. Mezinhas caseiras também não ajudaram muito, de modo que este problema bicudo ficou por resolver para o dia seguinte.

Um pincel para apanhar um táxi ou uber, ou porque não chegava, ou porque cancelava à ultima da hora, ou porque estava muito transito na zona onde íamos, ou porque não queriam ir para aquele bairro. Enfim!

Já no hostel, pouco se fez além de tentativas falhadas para tirar os picos. Cansado fui dormir sobre o assunto.


Dia 8 - Desventuras

Este foi um dia curioso, em que não se passando nada de especial, aconteceu tanta coisa!

Um trabalhinho matinal a meio gás, e uma saída em direção ao hospital para tratar de retirar os espinhos do meu pé! O destino foi a Clinica Anglo Americana, onde fui muito bem atendido apesar da espera. A brincadeira saiu cara! Cerca de 110€ + 25€ táxis, doeu mas o problema foi resolvido, tendo ficado a antibiótico por 5 dias, visto dois espinhos terem sido bem profundos e poderem causar infecção...


Antes do regresso tratei de encher a barriga com uns Anticuchos de Corazon (espetadas de coração de vaca) não tão bons como os anteriores, mas ainda assim delicioso! Gostava de saber que tempero eles usam... Era mais que hora de abalar!



Arranjar um taxi foi mais uma aventura, desde os preços dos Ubers a subirem por aí a cima, a um condutor de Uber, após eu pagar na aplicação quis me enganar e que lhe pagasse em dinheiro também (ou seja iria receber a dobrar o intruja!). No fundo foi uma hora de espera que acabou por me proporcionar uma curiosa experiência...

Enquanto esperava pelo Uber, sentei me numa beira de um canteiro enquanto esperava, fiz ligeiramente mal os calculos a sua altura, e ao cair olhei para o chão à minha frente: um passeio de cimento com algo lá escrito... e não é que era o meu nome: Gonçalo! E com C, não com o Z que é usado em Gonzalo nos países hispânicos... não tenho explicação para esta curiosa coincidência!


De volta à base, foi preparar a mala e ir dormir, porque no dia seguinte tínhamos que acordar às 5.30 para voar para Cuzco, nos Andes!



Edit.
Esqueci-me de partilhar ago muito curioso que encontramos em La Punta: um semáforo de radiação UV para que os transeuntes saibam o nível de cuidado que devem ter com o sol.