quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Dia 44 e 45 - Adios Peru, Olá Brasil

Dia 44 - Em trânsito: Arequipa - Lima

Hoje é o meu dia de folga, o dia que mais me empolga (como diz a música "Um dia não são dias não" do Nuno Prata), mas na verdade, deixar o Peru deixa também um sabor agridoce, mas como terminei o meu post anterior, a viagem continua e seguindo a minha filosofia de "ficar contente com o que temos, em vez de triste com o que não temos", ponho um sorriso na cara e bola para a frente, rumo ao país do futebol!

Tive direito a um incrível pequeno-almoço caseiro com um cappuccino com café premiado orgânico, leite de amêndoa caseiro e tostas com abacate e ovo mexido! Nada como uma bela refeição para animar o dia!

Aproveitei a manhã para tratar de alguns transportes como o voo de São Paulo para o Recife, marcar hotel, arranjar a mala e deixar muito lastro para trás, relaxar um pouco antes de seguir viagem. Comi uma bela sandes de carne (o Peru tem sandes incríveis, e muitas outras comidas! Come-se incrívelmente bem no Peru, já tinha mencionado?) antes de seguir para o avião, rumo a Lima.

Cheguei a Lima, e decidi fazer o teste do Covid à saída do aeroporto para ficar já despachado para o voo internacional do dia seguinte! Após passar com distinção, já a noite era escure, mas eu senti-me bravo! Então decidi caminhar 15 minutos Callao (se a memória vos falha, a mim também deve ter falhado porque foi este mesmo distrito onde odiei ficar, e onde os taxis se recusavam a trazer me)  a dentro em busca do meu hotel! Após meia hora a caminhar perdido no guetto, encontrei o meu destino.

O destino foi um duche e cama!

Apaguei!



Dia 45 - Em trânsito: Lima - São Paulo - Recife

Acordei relativamente cedo, desci para o pequeno-almoço onde acabei por ter uma agradável conversa em espanhol com um checo que também estava em viagem, e também iria voar no mesmo dia.

Regressei ao quarto de barriga cheia e mais duas sandochas na mala, onde aproveitei para trabalhar um pouco mais. Parece que só falo em trabalho, pelo que me sinto um workaholic! 

A aventura estava prestes a começar! Segui para o aeroporto de Lima a pé, e passar uma grande avenida a pé por volta do meio dia acabou por me lavar quase 20 minutos devido à quantidade de trafego! Juro que ponderei chamar um táxi para me apanhar e passar a rua...

No aeroporto o check in foi pacífico, era cedo e aproveitei para comer algo consistente antes de embarcar. O avião tinha um tamanho médio e uma disposição de lugares que nunca tinha visto: Janela, 2 lugares, corredor, 2 lugares, corredor, 2 lugares, janela. 
O voo foi pacífico e deu para ver um filme, ler um pouco e dormitar, o que fez com que 5 horas de voo passassem a correr! E isto foi apenas o início da corrida!

Lima vista do ar

Aterrei em São Paulo, Guarulhos antes de hora, de modo a que fiquei tranquilo com as minhas duas horas de escala para fazer a ligação...

PLOT TWIST!

Ficámos cerca de uma hora dentro do avião até começar o desembarque, protocolos covid implicavam o desembarque de filas 3 em 3 para evitar aglomerações dentro do avião para de seguida aglomerar, comprimir e empacotar o máximo de pessoas dentro de um autocarro que tardou a chegar ao terminal.

A pouco mais de uma hora para o meu voo de ligação ponho o pé no terminal 2 do maior e mais movimentado aeroporto brasileiro, que por sinal não conhecia, nem sabia bem para onde me dirigir! Nem me lembrei da imigração, que felizmente passei rapidamente e sem problemas!

Não sabia para onde tinha que ir, mas sabia que tinha que ir rápido! Então corri, corri muito e rápido!

Segui sinais, setas, mapas, com apenas um engano cheguei ao terminal 3, já não estava ninguém na fila para embarcar, mas ainda assim consegui não ser o último! Estava faminto, não tive tempo para comer ou comprar água, ensopado em suor e mais cansado que nunca! Desconfortavelmente dormitei na viagem de 3 horas entre São Paulo e Recife.

Chegado ao Recife, o relógio marcava umas 3  avançadas horas da manhã de um dia que já ia bem longo! Não fui de modas, levantei dinheiro, cujo levantamento me custou cerca de 5€ em comissões (chora agora) e apanhei um táxi que ficou pouco a cima dos 6€.

Chego ao hotel, que acabou o por ficar 3 vezes mais caro que eu esperava visto eu ter percebido que o preço das 3 noites, era na verdade, o preço da diária! 


Muito tarde e demasiado cansado para me chatear com o que quer que fosse!

Só precisava de um banho antes de me deitar na minha gigante nova cama...

zzzzz






Dias 40, 41, 42 e 43 - Arequipa - Muito trabalho e pouco passeio

 Dia 40 - Arequipa City Tour

Acordei cedo para trabalhar, almocei num cafezinho local onde terminei o trabalho antes de me encontrar com malta natural de Arequipa que conheci no tour na selva perto de Iquitos que se ofereceu para me mostrar a cidade. Não há melhor do que ver uma cidade pelas experiências locais!

Trabalho despachado! É hora de conhecer a segunda maior cidade do Peru, se bem que 10 vezes menor que Lima! Arequipa é  também conhecida como Cidade Branca devido a grande parte da sua construção original ter sido feita em silar, uma pedra vulcânica branca.

Praça de Yanahuara

Paroquia de Yanahuara

Belas ruas e recantos na parte antiga da cidade

Hotéis, cafés, e até Bancos como é o caso tomaram conta de edifícios antigos ajudando na sua preservação, visto que esta pedra esfarela muito e necessita de manutenção muito regular

Por fim e com a noite a cair, o tour terminou na invariável Plaza de Armas a frente desta bela catedral que não pude visitar visto estar de calções

Uma pequena nota final, que de certa forma é algo recorrente nas Plazas de Armas pele Peru fora, mas mais notório aqui em Arequipa: um ponto de encontro e convício de centenas se não milhares de pessoas que tentei esconder sem grande sucesso na foto a cima! Na escadaria da catedral, nos bancos e na relva do jardim, etc! Interessante componente social de rua, gostei!

Dia 41 - Arequipa e muito trabalho

Segundas-feiras são alegadamente o dia que acabo por ter de mais trabalho, e este dia não foi excepção! Muito trabalhinho e pouco passeia numa Arequipa de pedras brancas e céu escuro que teimava em esconder os seus vulcões! 

Não desanimei e dei mais uma volta pela cidade, onde provei um batido de lucuma, um fruto aparentemente parecido ao abacate mas com uma polpa mais amarelada, farinhenta e... deliciosa! O fruto parece que sabe a leite de creme! Foi uma experiência estranha e brutalmente agradável! Quiçá a melhor fruta para um batido que provei no Peru!



De notar a nabice do Gonçalinho, que após mês e meio a viajar pelo Peru, vi muitas vezes a referência a Lucuma, que pensei ser um abacate, então nunca pedi, porque... quem iria pedir um sumo de abacate, não é?

Fica a nota:
Abacate = Palta
Lucuma = Lucuma



Dia 42 - Arequipa e... Trabalho!

Mais um dia, mais um trabuco no qual aproveitei para avançar um pouco mais o trabalho dos dias seguintes na esperança de conseguir ir ao Canhão de Colca, um canhão cavado pelo rio de igual nome que se encontra a cerca de 160km de Arequipa e se estende por mais de 70km tendo profundidades de 2000m, sendo um dos maiores canhões do mundo!

Tinha planos de adiar o meu voo para o Brasil visto estar a gostar tanto do Peru e querer ver e fazer mais coisas (para além do Canhão de Colca), mas depois de muitos avanços e recuos, a mudança seria demasiado cara ao ponto do bilhete mais a mudança do voo de Lima para São Paulo custaria mais do que o bilhete de ida e VOLTA de Portugal! Tive que abandonar a mudança de planos e seguir com o plano original.

O Salvador Dali está de olho. Café Lautrec

Desanuviar e dar mais uma voltinha pela cidade, beber um cafezinho no agradável café e galeria de arte Lautrec e jantar uma bela pasta caseira com um ragu de borrego! Maravilha! Quem diria que a comida italiana era tão boa no Peru?

Depois da comida italiana, ainda tive direito a uma degustação de chocolates da marca Amazonas, uma marca de chocolates orgânicos, artesanais, sustentáveis, diferentes tipos de cacau, diferentes regiões, mas o sabor incrível era constante nos chocolates negros dos 70% aos 86% de cacau.


Dia 43 - Arequipa e... mais do mesmo...

Invariavelmente mais um dia de trabalho e avanços, mas sem esperanças de ir ao Canhão de Colca visto a opção de 1 dia ser muito corrida e cara, e sem adiamento do voo, a opção de dois dias não podia ser conciliada com o trabalho!

A net do meu apartamento estava muito má pelo que tive um incentivo para ver um pouco mais da cidade mais cedo enquanto buscava por um local agradável para beber um bom cafézinho e usar uma boa internet para acabar o trabalho.

Igreja de San Agustín

Encontrei o café Repúbica onde comi uma boa sandocha de frango e um belo cappuccino numa refeição entre o almoço e o lanche que me soube pela vida e foi o que precisei para acabar o trabalho do dia!

Mais uma breve voltinha, mas com a noite a cair as prioridades mudam e com os estimulos cada vez menores para os meus olhos, o meu estomago e as minhas papilas gustativas começavam a precisar de atenção!

O destino foi uma bela churrasqueira onde comi um belo bife ancho com osso (corte popular na argentina) cozinhado na perfeição, ganhando o galardão de uma das minhas melhores refeições no Peru, quase ao nível do bife de alpaca com quinoto de aji que comi no ultimo dia em Aguas Calientes. Parece que as refeições de despedida são sempre as melhores!

Amanhã é dia de en-malar e voar para Lima. Gostava de ficar mais tempo, mas a viagem continua! Venha de lá o Brasil!



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Dias 39 - Chegada a Arequipa

 Dia 39 - Chegada a Arequipa

A viagem durou cerca de 12 horas de autocarro, mas as condições eram decentes o suficiente para a sobrevivência humana, mas insuficientes para garantir uma boa noite de sono. Descansei, dormitei, mas não dormi de facto!


A primeira luz da manhã revelou um deserto árido e montanhoso com cavados rios rodeados de vegetação no fundo dos vales. Arequipa é a segunda maior cidade do Peru com menos de 10x a população de Lima e tem uma grande importância a nível económico devido à rica extração mineira que a rodeia. O que também rodeia o vale onde Arequipa se encontra são três vulcões que mal vi devido ao nevoeiro constante.

Cheguei de rastos e com trabalho em atraso, pelo que hoje foi dia de trabalho (que não acabei) e dormir cedo!

Dia 38 - Contra todas as probabilidades: Ilhas Ballestas

 Dia 38 - Ilhas Ballestas e viagem para Arequipa

Acordei tranquilo, sem grandes expectativas de conseguir visitar as Ilhas Ballestas, tomei o pequeno-almoço no hostel enquanto via as mensagens que os operadores de turismo me tinham enviado. Eram contraditórias: um dizia que o tour saia para as ilhas enquanto o outro negou! Decidi então ir à recepção do hostel tirar esta história a limpo! Depois de alguma espera, alguns telefonemas depois percebi que iria haver tour, e o último sairia de Paracas às 13.30! Estava a mais de 50km de distancia e tinha pouco mais de duas horas para ir de Huacachina a Ica, apanhar um autocarro para Pisco Cruce, arranjar maneira de ir para o centro de Pisco, para apanhar um táxi para Paracas! Ou isso ou pagar um táxi directo para Paracas que me custaria rim e meio! 

Decidi ir pelo caminho das pedras e tudo correu bem com algum stress pelo meio: Tuktuk de Huacachina para Ica, onde acabei por apanhar um colectivo que me levou a Pisco (e foi multado a meio do caminho por excesso de velocidade), onde cheguei larguei a mala, paguei o tour e rápidamente fui enfiado num táxi em direcção a Paracas, onde uma senhora estava à minha espera para me levar até ao último barco do dia (e dos próximos dias) para as Ilhas Ballestas.

Apanhei o barco, que levou cerca de uma hora até chegar à ilhas. Pelo caminho deparámo-nos com umas marcas na encosta desértica da península de Paracas, de origem desconhecida, dos tempos pré Incas. Candelabro.


A ilha transbordava de vida, e as aves marinhas aqui são rainhas

Os lobos e os leões marinhos também não ficam nada atrás! Vimos muitíssimos na praia, e muitas crias inclusivamente, mas devido à distância as fotos ficaram muito tristes!

Alforrecas às centenas em várias cores e feitios

As formações de pássaros eram constantes e em grandes números!

Volvido ao porto de Paracas, a fome apertava, e os restaurantes de peixe abundavam, mas os preços não eram os mais simpáticos, e a minha experiência no Peru é de que os restaurantes de primeira linha são normalmente caros e de qualidade duvidosa! Encontrei um ceviche incrível a preço acessível numa transversal!


De barriga e alma cheia era momento de me fazer à estrada! De Paracas apanhei um colectivo para Pisco, onde fui recolher a minha mala à agencia de viagens, apanhei um colectivo (que tardou a sair e tive que comprar mais um lugar para arrancar) até Pisco Cruce, onde apanhei um autocarro para Ica, onde cheguei quase em cima da hora! Todavia devido a acidentes, o autocarro atrasou quase duas horas até que pudesse embarcar ao meu destino final Peruano: Arequipa!



PS. De notar que estou a escrever com quase duas semanas de atraso e tenho muito a compensar, e muito a minha mente já não recorda! O que me recordo foi que neste dia que os portos abriram para a saída de embarcações em Pisco, também aconteceu a norte de Lima, onde uma onda maior do que o esperado fez tombar um petroleiro da Repsol e derramar quantidades brutais de cruda nas águas.