domingo, 30 de janeiro de 2022

Dia 37 - Paracas, Ica e Huacachina

Dia 37 - Acção Milão!

Acordei cedito, deu para tomar o pequeno-almoço e escrever um pouco do blog antes de seguir viagem rumo a Paracas, uma reserva natural numa península desértica, habitat natural de várias espécies, desde pinguins, a leões marinhos, raposas, flamingos e milhentas aves!


O tour foi feito de carro, com um casal Peruano com um filho novo. Malta porreira. Parámos em vários miradouros, mas nunca podemos descer até às praias devido a restrições de Covid/Tsunami.


Vi alguma passarada, incluíndo flamingos e cormorans (corvos marinhos), uma ave que em voo mergulha a pique na água enquanto caça. Passámos também pela praia vermelha, uma praia, com entrada proibida, visto que a sua areia vermelha é rica em óxido de ferro que se acumula lá devia à erosão da encosta à sua frente, sendo a erosão um processo muito lento, a areia da praia não se iria repor a velocidade suficiente para manter aquela coloração com a simples afluência de pessoas à mesma.



Já vi muito disto, mas praia e deserto 2 em um é algo que ainda não me habituei!


Paramos então para um almocinho à beira mar antes de seguir viagem. Um peixinho grelhado com batata frita e arroz. Não estando mal, não foi nada de especial, e pior para um porto de pesca artesanal!



Hora de seguir viagem para Ica e arredores, para a próxima paragem da nossa viagem: a distilaria Nietto, nos arredores de Ica, onde tivemos direito a uma prova de vinhos, licores e aguardentes, por outras palavras, o aquecimento para o que estava para vir!


A experiencia foi simples, agradável e divertida com breves explicações entre as bebidas mas a um paço algo acelerado de maneira a que a actividade poderia durar um pouco mais tempo. De notar que numa zona desértica, com rio e rodeada de vinha, enquanto bebíamos, os mosquitos comiam-nos! Interessante o mosto ser fermentado e (ligeiramente) envelhecido, tradicionalmente em jarras cerâmicas, ao invés das barricas de carvalho que conhecemos em Portugal.

Próxima paragem: uma palmeira com sete copas. Alegadamente um fenómeno que apensas é conhecido em dois pontos: Peru e Egipto, onde uma palmeira entra e sai da terra tendo várias copas e troncos que serpenteiam pelo chão, trazendo a alcunha de  Serpente de Sete Cabeças.



Antes de seguirmos até ao deserto ainda tivemos direito a uma paragem no jardim das bruxas, um jardim com várias estátuas de bruxas, muitas lojas e bancas de bruxaria e artes ocultas. Um local algo bizarro e altamente turístico, onde alegadamente em tempos as bruxas se reunião e escondiam quando estas tinham a cabeça a prémio.


Chegando a Huacachina, um pequeno oásis, originalmente natural, mas que nos dias de hoje requer que a sua água seja reposta para não secar, fiquei impressionado com a grandeza daquelas dunas, e talvez ainda mais com a sua extensão, não ficando em nada atrás da zona de Merzouga do Deserto do Sahara que visitei.

Fomos então dar uma volta de buggy pelas dunas, que acabou por ser realmente divertida e emocionante, como se de uma espécie de montanha russa no deserto se tratasse! O pisco que o pessoal bebeu manteve-se dentro de todos os estômagos! Ou seja... missão cumprida! Atividade deveras divertida e que recomendo a todos!



Seguiu-se então uma breve sessão de sand-boarding, o primo do snowboarding, mas na areia, que acaba por deslizar substancialmente menos, e afundar mais, pelo que apesar de divertidita... esperava bastante mais!



Por fim esperámos que o sol se pusesse por detrás das dunas mais longínquas! Grande por do sol!

Voltámos então para Huacachina, onde os meus companheiros de viagem seguiram, e eu fiquei por lá em busca de alojamento! Encontrei um hostel muito porreiro, onde prontamente me banhei para refrescar os escaldões com que fiquei após um dia em aventuras ao ar livre! Curioso como o sol me queimou mesmo através da minha tshirt! Novidade para mim!

Jantei pelo hostel e aproveitei a noite para por o blog em dia e preparar o dia seguinte, na esperança de poder visitar as ilhas que tanto queria!


sábado, 22 de janeiro de 2022

Dia 36 - Viagem para Pisco

Dia 36 - Lima - Pisco

Invariavelmente, acordar para trabalhar (acabar o pouco que sobrou do dia anterior), empacotar tudo na mochila, tarefa cada vez mais difícil a cada dia que passa! Não te tenha mais coisas, mas a arrumação está cada vez mais desleixada!

Saí cedo e cheguei cedíssimo, de modo a que tentei mudar o meu bilhete de autocarro para Pisco para um pouco mais cedo. Pode-se fazer, mas é proíbido! O meu seria o primeiro Autocarro a fazer este serviço, pelo que tive que esperar um pouco.

Chegando o autocarro, achei interessante as cortinas plásticas (anti-covid) entre os passageiros. Fica a foto como referência.


Chegado a Pisco entusiasmado para dar um saltinho à praia, dar um mergulho para fugir do calor e uma perninha (braçada?) de Surf se tivesse sorte, na preparação para a expedição às Islas Ballestras (com a alcunha de Galápagos dos Pobres, devido à sua enorme biodiversidade, mas baixos preços). Toda esta expectativa visto que as restrições de acesso à costa terem sido levantadas esta manhã em Lima, pensei que fossem estendidas a todo o país. Nunca estive tão enganado! Não se pode ir a praia, ão se pode sair de barco e a perspectiva de levantamento das restrições seria só para Sábado, e ainda hoje era Quarta-feira. Sendo as Quintas e Sextas as minhas folgas, é nestes dias que tenho que concentrar as minhas actividades para poder desfrutar o máximo possível! Mas desta vez tiraram me o tapete!



Ainda por cima tinha arranjado um hotelito ligeiramente a cima do orçamento mesmo em frente da praia. Estava mesmo desiludido e sem saber bem o que fazer... se seguia para Nazca, se ia para Huacachina, ou mesmo directo para Arequipa... Seja que opção escolhesse iria perder uma grande parte de uma folga em viagem, o que é pouco produtivo para as minha ambições.

Saí então em direcção à praia para dar uma vista de olhos antes de seguir para o centro e ver a oferta de tours e buscar novidades relativamente à abertura ou não dos portos.

Voltinhas dadas e sem grande alternativa favorável decidi ir tratar me bem e comer um peixinho fresquinho, com molho de lagostins que estava incrível por sinal! Pedi um cocktail que não lembro o nome, mas devia! Porque estava péssimo, e gostaria de não o pedir nunca mais!

De barriga cheia, veio alguma inspiração para tratar dos planos do dia seguinte, entre mensagens e telefonemas, duas voltas à Plaza de Armas, e o caminho para o hotel, tratei de encher o dia seguinte com actividades, de modo a ter Sexta (folga) livre para sair às ilhas Ballestas caso um milagre acontecesse ou seguir para Nazca e ver as linhas caso este plano falhasse.

Fiquei a ver espétáculos de standup no youtube até às tantas e dormi, porque o dia que aí vem promete!

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Dia 34 e 35 - Lima

Dia 34 - Regresso a Lima

Acordei cedo e mal dormido para apanhar um tuktuk em direcção ao aeroporto de Iquitos. Cheguei muito cedo e passei a segurança em menos de dois segundos, pelo que tive muito tempo para queimar. Leia-se trabalhar! Foi bom porque pude avançar um bom bocado!

Um voo quase sem eventos... quase! Tenho sempre voado e comprado bagagem de mão para que a minha mochila esteja dentro das medidas permitidas, mas nunca houve nenhuma verificação nesse sentido, então este voo decidi não comprar a bagagem extra. Com a minha sorte, claro que estavam a controlar o tamanho das malas. Fui pedir informações sobre o voo, e a mulher meteu me um autocolante de mala extra verificada. Ainda assim no meu bilhete dizia bem explicitamente: mala extra NÃO incluída! Ainda assim no meio da agonia lá me safei e tudo acabou por correr bem!

Chegado a Lima apanhei um táxi para o meu bairro favorito: Miraflores, onde me iria alojar nos dois próximos dias. Apostei num hostel para investir na poupança. Curiosidade: demorei mais ou menos o mesmo tempo a voar de Iquitos para Lima do que para ir do aeroporto até Miraflores!



Almocei no restaurante Limenho do costume comer mais um trio marinhoenquanto adiantei o trabalho. Fui dar uma voltinha ao parque Kennedy antes de ir procurar um cafézinho agradável para acabar o trabalho.



De rastos, nem jantei, e fui dormir!



Dia 35 - Trabalhinho em Lima

Mais um dia de trabalho, acordar cedo, trabalhar para avançar o trabalho do dia seguinte, mas ainda deu tempo para dar um saltinho ao mercado de Surquillo No.1 onde provei um batido de Lucuma (uma fruta da família do abacate mas doce) e um polvo grelhado. Vizinhança interessante e com muita ligação à comida, desde fruta, a chocolates, passando por bastante restauração e gelatarias.


Perdi aqui algum tempo pelo que tinha que recuperar e então fui ao mesmo café de ontem para trabalhar. Voltei ao hostel, comi e fiquei à conversa com um miúdo holandês de 19 anos que seguia a viajar pela América do Sul ha quase 6 meses, vi um filme e... zzzzz

Dia 32 e 33 - Iquitos

Dia 32 - Trabalho selvagem sem muito para contar


De volta à civilização! Quer dizer... "civilização", porque pela temperatura e humidade, nunca saí da selva!

De volta ao trabalho e com esta internet "selvagem" o trabalho definitivamente não foi fácil nem rápido e menos produtivo. 

Saí para me encontrar com o Neuri que tinha ficado estes dias pela cidade enquanto eu fui para a selva. Já não o via há uns dias e não o iria ver mais tão depressa visto eu ir para o sul do Peru e ele seguir para o Brasil de barco, descendo o rio Amazonas.

Curiosidade: toda aquela verdura lá em baixo "ao pé do rio", na verdade são plantas flutuantes e os barcos passa lá pelo meio. Muito inesperado, visto parecer mesmo vegetação terrena!

Comemos um pequeno almoço tardio. Noutras circunstancias mais cosmopolitas seria chamado de brunch! ahah Enquanto estávamos no varandim de um cafezinho à beira do rio Amazonas, vimos dois papagaios pequeninos a falar, brincar, lutar, etc na árvore mesmo à nossa frente, o que me fez perguntar: porque raio fui três dias para a selva, se aqui mesmo no conforto de uma esplanada consigo ver a vida "selvagem" muito mais de perto e forma confortável! Dito isto, e apesar de estar deserto de sair da selva, estou ansioso para lá voltar para uma outra aventura, desta vez mais profunda em busca de mais fauna!E ainda deu para comprar umas tralhas antes de voltar para o um cafezinho no centro, na Plaza de Armas de Iquitos.

Passei lá bastante tempo e acabei por comer por lá enquanto trabalhava com a melhor internet num raio de... 1000km? quem sabe! O que sei é que não era grande coisa!

Voltei a pé para o meu habitáculo e aproveitei para conhecer um pouco melhor as ruas da cidade. Chegádo, banhoca e relaxar antes de ir jantar com uns amigos. Mas acabei por ficar a descansar visto estar meio constipado da molha selvagem do dia anterior!



Dia 33 - Trabalhos e jantaradas

A sina do costume, acordar cedo para trabalhar, mas felizmente neste dia, a internet estava de feição, pelo que segui a trabalhar no hostel, mandei vir um delicioso ceviche misto para o almoço para dar força para acabar o trabalho!



Depois de tudo despachado fui dar uma volta pela cidade, carregar o telemóvel a um domingo revelou-se uma aventura visto tudo estar fechado e fui me encontrar com a malta que conheci na selva para uns copos e jantarada!

Foi um dia muito bem passado, mas a verdade é que a mala não se fazia sozinha e tinha um voo matinal para Lima. Despachar, banhoca à pressa, xixi e cama!



segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Dia 29, 30 e 31 - Selva Amazónica - Reserva Pacaya Samiria

Dia 29 - Iquitos - Nauta - Puerto Miguel (Pacaya Samiria)

Acordei cedo para tratar de uns assuntos que infelizmente não conseguir resolver e segui viagem de tuk tuk até ao colectivo que me levou para Nauta, 100km a sul de Iquitos (pouco mais de 2 horas de caminho), onde apanhei um barco que desceu o riu Marañon até à sua união com o rio Ucayali, onde é o início oficial do rio Amazonas. Subimos então o rio Ucayali até uma pequena aldeia à beira do rio chamada Puerto Miguel, uma das comunidades nativas presentes no na reserva natural de Pacaya Samiria. A viagem de barco foi de cerca de 3 horas.


Em Iquitos já se sentia, mas no meio da selva, a temperatura e a humidade são altíssimas, pelo que não parei de suar e de beber água durante todo o meu tempo por estas bandas!



O albergue era simples, mas acolhedor, num edifício erguido sobre estacas para proteger da subida das águas do rio e da bicharadas que por ali anda, se bem que verdade seja dita, a malta que ali vive pouco se importa com bicharada, desde a tarantula do tamanho de um punho a um caimão de 2 metros. Um edifício inicial tem no primeiro andar um pequeno armazém, e nos dois a cima zona de relax com camas de rede. Depois no centro do complexo ha duas salas, uma de jantar e uma de estar, com mais camas de rede por cima, vários quartos para hóspedes, guias e locais e uma zona de cozinha. Os quartos eram gigantes e simples com uma rede mosquiteira por cima da cama digna de fazer muitas princesas invejosas por este mundo fora. Havia água corrente e duche e casa de banho privada, mas toda a água era directamente bombeada do rio, pelo que a sua cor era castanha escura e obviamente impropria para consumo.



Cheguei, larguei a tralha e fui almoçar (frango, arroz, lentilhas e salada) enquanto conversava com um grupo de espanhóis que estava de saída. Fui dormir uma sesta antes de sairmos de barco na nossa primeira aventura pela selva!


Vimos muitas aves! Fiquei genuinamente surpreso com a quantidade de aves de rapina que há por estas bandas, algumas bem grandes! Vimos macacos e com o cair da noite iniciou-se a nossa busca por caimões! Com o cair da noite, caíram milhares de mosquitos em cima de nós que ignoravam litros de repelente para poderem provar umas gotinhas de sangue desta carne importada! O menu do dia eram 2 italianos, um polaco e eu!

A busca e caça por caimões foi longa e difícil, visto que a noite estava bem escura e a busca consistia no barco em movimento, conosco à procura dos olhos dos caimões à superfície. O reflexo dos olhos era incrivelmente vermelho, mas para ver mais do que o reflexo dos olhos foi um desafio muito grande para a minha vista não treinada! Vista a nossa moderada insatisfação o nosso guia ofereceu-se para caçar um caimão e assim o fez! 

A minha carinha de miúdo contente revela muito da emoção daquela caçada! Depois de fotos e vídeos para o espalhafatoso tiktoker italiano, soltamos a nossa querida bestinha e seguimos em direcção à base para jantar. 

Trocámos histórias com outros exploradores, as 22h a luz do gerador apaga-se e só há electricididade no outro dia. Fomos dormir que o despertar no dia seguinte é às 5h para ver o por do sol e ir em busca de preguiças!




Dia 30 - Pesca de dia e selva à noite

Acordámos bem cedo para sair antes do nascer do sol, para vermos contemplar-mos em primeira mão! O nevoeiro não deixou, dedicámo-nos então à busca por preguiças, que alegadamente nas primeiras horas da manhã saiam do interior da floresta para a sua orla em busca de calor. Não apareceram, sendo que a única, mas grande preguiça que encontrei foi a minha!


Voltámos para o pequeno almoço antes de sairmos novamente, desta vez numa expedição de pesca, na esperança de animar o nosso almoço! A caminho passámos por um macaco pequenino que andava a infernizar a vida das crianças locais, que queriam brincar ao pe do rio.Muitas horas depois, algo desiludidos apesar de que cada vez que sacávamos um peixe a emoção era enorme! Uma piranha, um peixe-gato, um peixe listrado que não sei o nome e 4 sardinha (nada a ver com as sardinhas de mar) foram o resultado da pescaria, que fez parte do nosso almoço.


 Estava muito curioso relativamente ao sabor da piranha, mas na verdade todos os peixes sabiam mais ou menos ao mesmo (talvez devido ao tempero). Saímos para visitar a aldeia e beber uma cervejinha no "bar" local. Pena não ter fotos da aldeia...

Uma das melhores fotos de uma ave de rapina! Conseguem ver a "mama vieja"?

Dormi uma longa sesta, jantámos antes da nossa primeira saída a pé pela selva. Mas sem antes desfrutarmos do evento local, uma monumental tarantula, maior que o meu punho estava na casa de banho, no quarto de duas moças. Sempre que fui ao wc daí em diante, tinha uma vistoria de segurança, prévia! Enfrentámos a noite escura equipados de repelente e lanternas seguimos selva a dentro em busca de mais bichos! Os bichos definitivamente encontram-nos! Tanto mosquito em algumas partes! Vimos tarantulas, uma micro jiboia, muitos sapos, um pássaro branco e azul e um "zorro" que não sei como se chama em português, um pequeno felino que vive nas arvores. Definitivamente a estrela da noite! 

                

Voltámos trocámos algumas histórias com os parceiros de aventura e fomos descansar!



Dia 31 - o dia em que o céu nos caiu em cima

Um dia mais tranquilo, levantámo-nos pouco depois das 8 para tomar o pequeno almoço e sairmos até à aldeia para ver-mos a jiboia que um aldeão tinha como animal de estimação. Os Italianos do nosso grupo queria uma foto e video com uma jiboia a força, e como não a vimos na selva, lá fomos nós!


Saímos então de barco para ver árvores grandes. Estava na esperança de ver o "espirito da floresta" como eles lhe chamam, uma arvore com alegadamente mais de 600 anos, que são precisas cerca de 20 pessoas para a abraçar! Nunca vi algo tão grande e tinha muita vontade, mas a chuva forte não nos permitiu caminhar até lá!

Onde está o wally-aranhiço?

Falando em chuva, levando 4 dias na selva estava admirado de ainda não ter apanhado chuva alguma... mas não perdi pela demora! Aliás, ganhei a maior molha da minha vida! Nunca vi tanta água a cair do céu ao mesmo tempo, e nós no nosso barquinho! Não havia um milimetro de qualquer peça de roupa que eu tivesse vestido que não estivesse ensopado! Incluindo as meias dentro das botas de borracha até ao joelho!

Chegando ensopados ao nosso destino, a lama e o declive eram demasiados para subirmos sem rastejar! Então o guia e a sua catana descalçou-se e subiu a enlameada encosta com a sua catana para cortar algumas arvores para fazer uma espécie de rampa e pontos de apoio para subirmos aqueles 5-6 metros sem nos transformar-mos em homens de lama!


Já lá em cima, ligeiramente protegidos da chuva torrencial, não estávamos protegidos dos mosquitos, que partilhavam conosco o abrigo da chuva. Numa breve caminhada, encontrámos grandes pegadas de jaguar, que perante o seu tamanho e definição foram bastante impressionantes!

Chegamos então ao nosso destino, uma arvore com cerca de 200 anos com algumas dezenas de metros de altura e outros tantos de largura com as suas longas raízes aéreas que sobriam uma enorme área concentrando-se no centro do tronco principal! As águas podem subir até quase 10 metros, pelo que só dessa altura para cima, a árvore começa a ter folhas.



Seguimos então de volta à mini civilização. Não tinha muda de roupa e estava totalmente encharcado! Tive que ir três vezes à aldeia em busca de alguém que me vendesse uns calções... a muito custo e a troco de 8-9€ lá consegui! Que aventura!

Almoçámos e despedimo-nos dos colegas de aventura que ficaram mais dias na selva e seguimos de barco sob chuva e vento, que tornaram a viagem de pouco menos de 3 horas algo desagradável até Nauta, onde nos esperava uma carrinha para nos levar de volta a Iquitos!

No caminho combinei ir jantar com um colega de aventura, mas no final de contas estamos todos demasiado cansados, ensopados e adoentados para fazer o que quer que fosse! E amanha era dia de trabalho!

Xixi, cama!












terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Dia 28 - Da praia para a selva

Dia 28 - em trânsito

Acordar cedo, acabar de fazer a mala e seguir sob aquele calor das 8 da manhã até ao centro de Mancora para apanharmos o colectivo para o aeroporto. Chegámos e já estavam 3 pessoas no carro à espera, com nós dois faria as 5 que o condutor precisava para seguir viagem! 30 soles foi o estrago. Não havendo espaço no porta bagagens, as nossas malas foram em cima do carro, sendo que apesar da nossa desconfiança tudo correu bem!


Passámos pela paisagem montanhosa e desértica a caminho de Talara até chegar ao aeroporto. Chegámos cedo, pelo que tivemos que esperar um bom bocado, e eu um bocado mais! O voo antes do nosso tinha sido cancelado, pelo que o nosso recebeu muitos passageiros extra e algum problema deve ter ocorrido no processo. Eu, outro estrangeiro, um casal peruano e outro casal peruano com 2 filhos pequenos fomos mandados esperar após o check in, visto não termos os lugares do avião confirmados. 

Primeira reacção pânico! Esperei cerca de uma hora, e já passava da hora de saída do voo e eu ainda à espera! E com voo de ligação à minha espera. 

Parece que os lugares escassearam e foram definidas prioridades: primeiro casais com filhos, depois casais, depois pessoas com voos de ligação e por fim os restantes. Eramos oito pessoas para sete lugares e eu mais uma vez fui o ultimo a embarcar!



Saí do balcão de check in, sem boarding pass, apenas com o número de assento que a senhora me disse: 12D em direcção à segurança, que já se encontrava fechada. A senhora que me fez o check in teve que lá ir dar a ordem para eu passar. Segurança passada era hora de embarcar! Mandaram me esperar, onde fiquei mais uns 10 minutos até me deixarem seguir para o avião. Já não havia autocarro para me levar, pelo que fui a pé até ao avião. Cheguei! O último novamente, e novamente com um lugar na saída de emergência, ou seja extra espaço para as pernas! Mas adivinhem lá... 12D estava ocupado! Mas tive o 12B que também serviu perfeitamente.

Chegado a Lima, e já conhecendo o mau sistema do aeroporto, e pior, não tendo o meu boarding pass tive que sair a correr do avião para fora das Chegadas, e sair mesmo do edifício para entrar no edifício ao lado, o das Partidas e fazer o check in! Segurança, porta de embarque e tal... tudo em menos de uma hora! Sucesso!

Mais hora e meia de viagem e estou na selva amazónica, estou em Iquitos, o calor e a humidade são brutais! Especialmente o calor... e a humidade! E o calor... ufff

Seguimos de tuktuk ou moto-taxi, como se chama por estas bandas até ao meu poiso para esta noite entre tráfego caótico e uma constante cheiro a borracha queimada por tudo quanto é lado! Pensei que me ia livrar da poeira de Mancora, mas aqui é uma contante também!

Fomos jantar a um restaurante com vária recomendações (Blanquita), onde jantámos bife de lagarto grelhado com uma espécie de croquete feito de banana e recheado de carne de porco frita (tacacho). Soube literalmente a frango e estava óptimo e em conta! Hei de lá voltar!



Caminhei então para casa por volta das 20h com noite cerrada e um calor abrasador! Escrevo-vos este post que espero que siga, visto a internet ser uma monumental desgraça por estas bandas. Amanha de manhã sigo para a selva profunda! Estou nervoso e super entusiasmado!

 







segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Dia 24, 25, 26 e 27 - Mancora - Aventuras, Desverturas e Hibernações

Dia 24 - O melhor surf de sempre

 Dia de folga, e sem viagens nem muito que fazer..., nem estou em mim! Acordei relativamente cedo e enquanto o Neuri não acordava, aproveitei a folga para... adiantar o trabalho do dia seguinte! A ideia seria ter que trabalhar poucas horas de manhã e ter o dia para curtir. O Neuri alugou uma mota enquanto eu trabalhava. Poucas ou nenhumas foram as vezes que andei de mota, sendo a última vez há uns anos com este mesmo moço em Oxford, onde prontamente me borrei todo em apenas 2-3 quarteirões. Não estava confiante, mas após muita insistência lá aceitei as boleiras! Felizmente a mota era uma 125 cansada e não a 600 que ele tinha em Inglaterra!

Saímos para dar uma volta na vila de Mancora, atravessamos as ruas empoeiradas primeiro em direcção à estrada principal e depois até ao centro! Para variar, o Neuri queria marisco, e foi por isso que procurámos e por isso que fomos defraudados! Ele pediu dois pratos principais e ficou com fome, eu pedi um prato principal (ceviche de conchas negras) e fiquei bem faminto!

Do varandim do restaurante via os surfistas ao fundo, enquanto me inspirava para lhes seguir os paços! Fui então em busca de uma escola de surf, a qual encontrei ao fim de meia duzia de metros a caminhar pelo areal. Alugues 30 Soles, aula privada 80 Soles. Sem grande regateio, a aula passou para 60S pelo que aceitei, e foi a melhor decisão que tomei!



Foi uma sessão de surf incrível, com ondas apesar de não muito grandes, muito longas e com força! Pela primeira vez surfei umas boas dezenas de metros a subir e descer a onda! Incrível! No fim os braços é que foram ao ar, mas faz parte!

No regresso, completamente moído, aproveitei para comprar o chapéu, visto que perdi o que trouxe, e o jantar take away: chimichurri (uma sandes de salsicha/chouriço com... batatas fritas lá dentro! Os peruanos e as batatas são mesmo inseparáveis!).

Chegado a casa, foi comer, banho cama! Estava morto!



Dia 25 - Morri na praia

Acordei tarde, mas dormi muito bem! Um bocado à pressa para pegar ao trabalho que não corria muito bem, e acabei algo tarde. Segui então para a praia, onde caminhei até ao centro de Mancora pela areia enquanto a maré não muito cheia o permitia. O regresso já foi mais emocionante.

Malta à boleia em cima das batatas

De volta a praia mais perto de casa, encontrei-me com o Neuri (que tinha tido uma aventura com a mota que alugou, e ficado apeado no meio das dunas) e curtimos um fim de tarda na praia com uma água morninha! Categoria! O regresso a casa, com paragem na barraquinha das empadas foi feito de mota, onde me sentia cada vez mais confiante. Leia-se menos borrado de medo!

Compramos as empadas, fritas na hora, mas nojentas por sinal! Não comi tudo. Seguimos então de tuktuk em direção a um Hostel que estava a distribuir panfletos na praia relativos a uma festa que iria haver essa noite. Nunca houve!!! Chegamos ao dito Hostel e foi-nos dito que a festa era só para hospedes e que nem valia a pena insistir... estranho publicitarem a festa na praia e depois não haver nada... adiante!



Seguimos até ao centro para beber um copo e onde o mestre marisqueiro (Neuri) não conseguiu resistir a mandar vir uma lagosta para a mesa! Eu pedi um Pisco de maracujá e depois um de manga. O pisco é um cocktail que leva clara de ovo batida no topo.

Ou foi da clara de ovo ou das empadas, ou muito provavelmente da junção de ambos, não sei! O que sei é que o resultado foi digno de uma intoxicação alimentar de proporções tailandesas (fica a referência ao que se passou há coisa de 8 anos atrás, menos uma semana).

Noite de desgraça! Fica aqui só um breve relato de uma situação caricata que tamanha a tragédia virou comédia! Imaginem, o vosso caro Gonçalo, sentado na sanita a "mijar pelo cu" (mais uma imortal referência da viagem que eu e o Rui fizemos à Asia há 8 anos), a vomitar para dentro de um balde, a fraquejar, sinto algo a tocar-me no calcanhar: uma monumental barata! Meio assustado levanto me, e quero ir lavar a cara ao lavatório, de onde sai outra barata! Uma desgraça que não me deixou de arrancar umas boas gargalhadas por volta das 4 da manhã! Rir para não chorar, certo?



Dia 26 - Hibernação

Sentia-me péssimo e pouco mais fiz do que sair para comprar maçãs para cozer, bananas, bolachas de água e sal, iogurte e água. Voltei a casa aina antes das 8 da manhã e pouco mais fiz além de cozer as maçãs...

Foi um dia de mal estar passado entre a cama e a casa de banho.



Dia 27 - Trabalha bandido!

Sem grande história, fartei-me de trabalhar pelo nada que fiz no dia anterior, mais o dia de hoje e mais o dia seguinte visto ir passar o dia em viagem para ir para a Amazónia. O destino Iquitos!

Mal saí de casa pelo que não há grande coisa a contar. Mantive a dieta para estar preparado para a amazónia e aproveitar o tour de 3 dias na reserva natural de Pacaya Samiria da melhor forma!

Umas agradáveis casinhas à beira da praia na caminhada que fiz no segundo dia

















sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Dia 23 - Viagém para, e um cheirinho de Mancora

Dia 23 - Mancora

Invariávelmente acordei cedo, mas desta vez não para trabalhar, mas sim, para apanhar um voo para Mancora, com escala em Lima. Um iogurtinho e uma fatia de bolo que tinha comprado na noite anterior foram o pequeno almoço expresso que tomei antes de apanhar o táxi para o aeroporto.


Tudo a correr bem, apesar do voo ter saído algo atrasado. Tive a sorte de ter um lugar na porta de emergência, ou seja um lugar super espaçoso! Acho que nunca tive tanto espaço para as pernas nos diversos voos que já fiz! Chegámos tarde a Lima, e a ligação era curta. Para piorar, nos voos de ligação, temos que literalmente sair do terminal, no lado das chegadas (sim, ir mesmo para a rua!) e voltar a entrar no lado das saídas. Não que seja longe, mas é um sistema pouco eficiente. Demorei muito tempo e fui literalmente a última pessoa a embarcar para Talara! Ufff, que stress! Mas tudo acabou por correr bem!
Antes de continuar, queria deixar uma pequena nota. Tenho voado com a companhia aérea Latam, e tenho pago sempre um extra para ter direito a mala de mão até 10kg e com dimensões ligeiramente maior, mas nunca houve controlo nesse sentido, pelo que poderia ter poupado algum dinheiro nesse sentido... vamos ver como corre o último voo, desta vez sem bagagem extra! Fingers crossed!
Chegando a Talara parece que cheguei ao deserto! Uma imensidão de terreno árido, pouca ou nenhuma vegetação, tudo em tons de amarelo pálido que quase fere a vista, com dezenas de perfurações e bombas de petróleo e moinhos éolicos que se estendem pelo horizonte.


Seguimos cerca de 70km para norte até Mancora, e o cenário pouco ou nada mudavam para além de uma ou outra pequena aldeia pelo caminho. Até que chegámos à orla costeira, onde o deserto e o mar se encontram e trazem alguma graça à paisagem! Estão cerca de 33 graus de um calor algo húmido que já não estou habituado!


Chegámos, deixamos as nossas coisas numa casita local (e baratinha) a cerca de 1km do centro e sem grandes condições (a porta da rua não fecha bem, e é o que mais me aflige, as redes mosquiteiras têm buracos onde consigo enfiar um dedo, e o tecto é feito de telhas de fibrocimento e telhas plásticas transparentes fazendo desta casa um forno!) E seguimos para a primeira boteca que servisse comida! Tallarines de queijo e um seco de cabrito (cabrito guisado, arroz, mandioca cozida e salada). A porção era curta, mas por pouco mais de 2€ não podia reclamar!


Comprámos água e um geladinho e seguimos para a praia. Praia longa e bonita com um braço de água paralelo à mesma. Pena esta praia estar tão suja, tanto de restos de canas e pedras, como garrafas, latas, fruta etc. Apesar dos milhentos sinais de "ajudem a manter a praia limpa" a mesma encontrava-se imunda. Um pouco triste, na verdade.


Seguimos então em direcção ao centro por entre ruas de terra, até chegarmos à rua principal onde seguimos caminhando até ao centro. Já era de noite e não deu para ver a praia, mas deu para caçar uns bancos onde se pudessem fazer levantamentos sem taxas (a maior parte deles cobravam 25 soles, quase 6€ por levantamento, GATUNOS!), dar uma vista de olhos nas bancas de artesanato local, fruta, roupas, tudo! Todo o centro é uma feira! Uma curiosidade, quanto mais viajo, mais turistas vejo!

Jantei um bife (?!) de peixe espada grelhado, bem condimentado com batata frita, arroz e salada que me encheu as medidas apesar de não ser o que estava à espera. E seguimos viagem até casa. Quase a chegar reparo que me esqueci da minha mochila pequena no restaurante... momento de panico!!! Apanhei um tuktuk para trás e lá estava  mochila! Bendita honestidade peruana! Segui então novamente a pé até casa numa noite agradável, para encontrar uma casa bem quente... o barulho da ventoinha na velocidade máxima não me impediu de dormir... estava de rastos!

















quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Dia 22 - Último dia em Cuzco - Ruínas Incas

Dia 22 - Ruínas Incas na despedida de Cusco

Acordar antes das 7 da manhã já começa a ser um hábito! Trabalhinho começa-se na cama e segue-se no cafézinho do costume com a minha granola clássica de despedida, visto que amanhã voo para Talara, para ir para Mancora, zona de praia a cerca de 2000km a norte daqui, encostado à fronteira com o Equador. Estou algo nostálgico ao deixar Cusco, porque realmente gosto e habituei-me a esta vida cusquenha, mas ansioso para voltar ao nível do mar e poder respirar normalmente, voltar a ver o mar e uma praia de areia de baixo de um sol agradável! E surf! Estou ansioso! Esperemos que por aquelas bandas não hajam ouriços!

Após uma produtiva manhã de trabalho que acabou por volta do meio dia, decidi aproveitar o último dia em Cusco para visitar as ruínas nos arredores da cidade.

Vista panorâmica do Saqsaywaman

Antes de procurar o autocarro que me levaria a uma das colinas que circunda Cusco, passei pelo mercado para comprar um par de empadas (menos de 1€ as duas) para comer pelo caminho. O autocarro que me levaria ao meu destino apanha-se numa zona muito viva da cidade com muito trânsito, vendedores de rua, transeuntes, etc. Completamente perdido fui salvo por um misto de tentativa e erro com a simpatia local que me indicou o local correcto para apanhar o meu transporte (cerca de 25 cêntimos)!
Calendário Solar do Saqsaywaman

Segui viagem até às ruínas de Saqsaywaman, uma antiga fortaleza Inca, construída para a defesa do império contra tribos invasoras. Hoje apenas 20% desta fortaleza se encontra de pé, visto que o restante foi destruído e usado pelos conquistadores espanhóis para a construção de casas e igrejas. Grande parte do complexo, inclusivamente o calendário solar encontrava-se interdito. 

Incríveis os encaixes das pedras no Saqsaywaman

Vista de Cusco e com realce para a Plaza de Armas vista de cima

Daqui segui a pé até ao Cristo Blanco, uma estátua totalmente branca de Cristo que vigia Cusco desde as montanhas. Seguindo caminho montanha a cima a próxima paragem foram as ruínas de Q'Enqo, onde se supõe ter sido um templo, mas que poucas ou nenhumas provas do mesmo existem, sendo que também há teorias do mesmo poder ter sido um altar, tumba, anfiteatro ou tribunal! Todavia é consensual que não terá sido um McDonalds!

Q'Enqo

Daqui à próxima paragem apanhei um autocarro, trocando 25 cêntimos pela saúde das minhas perninhas 5km montanha a cima! Chego então a Puka Pukara, que significa Fortaleza Vermelha, devido às pedras ferruginosas da região que ganham uma coloração rosada. Antiga fortaleza Inca usada na defesa de Cusco.

Puka Pukara

Mais uma breve caminhada (por maus caminhos, visto ter entrado nas ruínas de Tambomachay, um dos mais cobiçados banhos Incas pela parte de cima das ruínas que além de zona interdita, me fez desviar das bilheteiras (se bem que já tinha pago o bilhete para as 4 ruínas, apenas não piquei o bilhete). Local composto por aquedutos, canais e cascatas, que antes também eram rodeados por um grande jardim regado por um complexo sistema de regas. Aqui também era um local de culto à água.

Tambomachay

Cansado, mas satisfeito, apanhei um autocarro que me trouxe de volta ao centro de Cusco. Aproveitei para dar uma vista de olhos no Qorikancha, um antigo tempo Inca de dicado ao Sol, onde o chão e as paredes eram totalmente cobertas de ouro. Templo que parcialmente destruído e usado como base para a construção da Igreja e Convento de Santo Domingo. Em 1950 um terremoto destruiu parte da igreja, mas deixou intactas as fundações do templo Inca, sendo hoje um misto dos dois edifícios. Apenas vi por fora, mas ficou a curiosidade de o visitar... talvez numa futura oportunidade!

Qorikancha

Tempo de umas comprinhas (lanternas para quando for para amazónia) e umas comidinhas para jantar e pequeno-almoço do dia seguinte, visto que as temos um voo matinal e temos que sair cedo!

Amanhã já vos escrevo da praia!