domingo, 9 de março de 2014

Dia 84 e 85 - Kuala Lumpur

Dia 84:

Tal como planeado, acordámos cedo, prontos para começar a correria dos dias vindouros: empacotámos tudo, tomámos o pequeno almoço e seguimos para o terminal de autocarros de Tanah Rata. Daqui partimos rumo à capital da Malásia, onde chegámos pouco mais de 4 horas depois, dando-nos tempo para uma discussão sobre empreendedorismo.

Kuala Lumpur, conhecida como a cidade do futuro do Sudeste Asiático, onde templos e mesquitas coabitam lado a lado com torres futuristas e enormes centros comerciais. Há cerca de 150 anos atrás Kuala Lumpur não era mais do que uma comunidade de exploradores no meio da selva. Hoje em dia KL, como é conhecida, evoluiu para um afluente do século XXI, tornando-se uma metrópole multicultural com fortes influencias de 4 etnias: malaia, chinesa, indiana e britânica.

Cada vez que chegamos a uma cidade nova, mesmo com alguma pesquisa, sentimo-nos sempre um pouco perdidos. Aqui não foi diferente. Como sempre, tínhamos um pequeno mapa no Lonely Planet, só nos faltava saber onde estávamos. Após irmos até um balcão de informações, a funcionária a muito custo lá me rabiscou o livro apontando a nossa localização.

Próximo passo? Almoçar. Mal e porcamente enchemos o bucho, a baixo custo e ainda menos proveito, (eu não gostei nada, o Rui gostou) com uns noodles com ovo e frango cobertos por um molho pastoso de cogumelos. De barriga e prato meio cheios seguimos em busca do nosso poiso: o Agosto Inn. Além do nome ser em português, no balcão da recepção encontrámos um Galo de Barcelos! O que poderia ser mais insólito? Consta que o dono (rezingão) viaja muito pelo mundo e traz sempre souvenirs para os seus hostels.

Feito o check in fomo-nos refugiar no quarto para escapar às horas de mais calor, porque quanto mais perto do equador, mais se sente (e se sua) a insuportável tropicalidade! A maioria dos leitores, sendo de Portugal não deve estar a sentir o mínimo de empatia para comigo dadas as temperaturas que se fazem sentir (talvez à excepção dos últimos dias) no nosso país. Todavia, tenho a certeza que a generalidade das pessoas, se tivessem na mesma situação que eu, estariam a abominar este calor de 32º à meia noite e 36º ao meio dia, que com taxas de humidade elevadíssimas, puxam a sensação térmica para os 40º!

Pelo fim da tarde, com um toque de noite seguimos de metro para o centro da cidade conhecido com KLCC (Kuala Lumpur City Center). Na viagem deu para ter um lamiré da cidade evoluída, organizada e em crescimento em que nos encontrávamos. Na chegada ao nosso destino demos de caras com as Torres Petronas, sede da petrolífera nacional. Este é o anterior maior edifício do mundo e conta com 88 andares e 452m de altura, apenas suplantado em 2004 pela Taipei 101. As Petronas, como o nome indica, foram construídas à força de petro-dollars provenientes do muito petróleo que a Malásia possui. Nós ponderámos visitar as torres, mas o preço rondava os 20€ e ainda assim os bilhetes estão constantemente esgotados, portanto achámos que não valia a pena o esforço. No fundo, a beleza do edifício está no seu exterior e não vista que o mesmo proporciona devido à eterna névoa que cobre a cidade. 


Finda a visualização exterior, era hora de explorar o enorme centro comercial que ocupa os 5 primeiros andares da torre mais 1 ou 2 subterrâneos. Em suma, punha o Colombo no bolso. Lojas caríssimas, lojas menos caras, até lojas baratas encontrámos por lá, cinemas, salas de espetáculos, museus, salas de reunião restaurantes caros, restaurantes de fastfood, havia de tudo. Depois de uma voltinha para conhecer o espaço era hora de comer. E não é que um hamburguer de borrego é insanamente bom? Fica o apontamento mental para quando voltar.

O interior do centro comercial

No regresso ainda fomos semi-barrados à entrada do comboio porque a estação ficava dentro de um centro comercial e já passava das 22h, hora a que fecha tudo. As bilheteiras estavam caóticas com imensa gente a cotovelar-se para comprar os bilhetes. Provávelmente por ser o último comboio do dia ou coisa parecida. Apenas de ressalvar que os bilhetes eram extraordinariamente baratos: cerca de 30 cêntimos. A Malásia, está entre os 15 países mais ricos do mundo e com uma boa taxa de crescimento e ainda assim mantem a inflação e os preços bastante baixos. À excepção de Hong Kong e Macau é o primeiro país onde se vêem imenso turismo interno.



Dia 85:

Acordámos cedo, depois de algumas confusões lá tomámos o pequeno almoço e iniciámos a nossa jornada por Kuala Lumpur. A primeira paragem não foi turística, depois de voltas e voltinhas fomos até aos correios enviar uma carta para a PADI da Austrália por causa da certificação do curso de mergulho feito nas ilhas Phi Phi, na Tailândia.

A nossa segunda paragem foi a antiga estação de comboios, que poderia muito bem passar por palácio. Hoje em dia, este edifício é património da cidade e alberga a sede da KTM, a empresa gestora dos comboios malaios. Fica a foto do edifício com demarcadas influências islâmicas na sua arquitectura.



A paragem seguinte nem estava nos planos, mas felizmente devido a uns erros de cálculo fomos lá parar! Estou a falar do Museu Nacional, que pela módica quantia de 1,2€ nos deu acesso a um grande museu que nos narra a história da Malásia desde os tempos pré-históricos até aos dias de hoje. "Perdemos" lá duas horas e, na verdade, foram muito bem perdidas. Recomendo. No mesmo complexo havia ainda uma exposição de carros antigos 2 Rolls Royce estavam no espólio, curiosamente, lado a lado com um Proton (marca de carros malaia) e com uma carroça; uma exposição de escultura dos nativos malaios; e uma exposição de bijuteria que cheira me que a minha avó Tina iria adorar! (Alguém que lhe mostre isto por favor)

Em tempos de crise vem a contenção, o apertar do cinto. É na economia, e nas fotografias quando a net é má, as fotos são menos, muito menos. Neste caso, apenas uma. A eleita foi a do armamento português usado no séc. XVI para defender Melaka dos ataques dos Holandeses. Realmente é engraçado encontrar pedaços de história do meu país no outro lado do globo. Toda a gente ouviu falar dos descobrimentos, mas realmente ver as coisas é outra conversa. Amanhã seguimos para Melaka em busca de mais "pegadas" lusas.

A paragem seguinte, já com a barriga a dar horas, foi a grande Mesquita Nacional. No caminho passámos pelo planetário, por um telescópio enorme e... quem diria, pela sede da agencia espacial malaia. A Mesquita Nacional, ou Majid Negara é uma das maiores mesquitas do Sudeste Asiático e conta com uma enorme cúpula azulada em forma de estrela de 18 pontas que representa os 13 estados da Malásia e os 5 pilares do Islão. Não pudémos visitar o interior da mesquita porque estavam em período de orações, ainda assim, deu para espreitar trabalhado interior da principal sala de orações. Fica uma foto do minarete:


Vista a mesquita, seguimos em direcção à Praça da Independência (Merdeka Square em malaio). Pelo caminho deu para ver e sentir a atmosfera da cidade, porque passámos tanto por uma agradável floresta/selva/jardim tropical (apesar de algum lixo), como por grandes avenidas de 4 faixas mais outras tantas suspensas, como por pequenas casas e templos, como grandes arranha-céus com traços arrojados (edificados e em construção), etc. Aqui tudo coabita harmoniosamente. Merdeka Square, foi em tempos um campo de cricket, tornando-se. em 1957 aquando da proclamação da independência do país, aquilo que é hoje. Hoje em dia além de albergar um enorme estandarte com a bandeira malaia à superfície, no subsolo é um parque de estacionamento e uma espécie de centro comercial (onde visitámos um pequeno museu do chocolate). Nas redondezas podem se observar diversos edifícios da era colonial.

Vista da Merdeka Square com a cidade envolvente, nomeadamente a KL Tower e o antigo Palácio do Sultão

A paragem seguinte foi a segunda mesquita da cidade (e do dia), falo da Masjid Jamek, construída em 1907, é conhecida por ser a mais bonita mesquita da cidade dada a sua arquitectura e visto estar rodeada de palmeira e à beira "rio". ("rio" surge entre aspas por este se parecer mais com um esgoto do que com outra coisa. 


Findas as preces muçulmanas, para terminar o dia (santo) em beleza, faltava-nos visitar um templo chinês e um hindu. Mas antes demos voltas e voltinhas para tentar garantir a nossa viagem para Melaka. Desventuras à parte ficam algumas boas fotos (de Bónus) da cidade:

Foto Bónus #1

Foto Bónus #2

A nossa penúltima paragem do dia foi o templo taoista de Sze Ya, que apesar de muito bem referenciado, acabou por não acrescentar nada de novo, mantendo os templos chineses nos menos bonitos (vá...). Para fechar o dia, a última paragem foi o templo hindu Sri Mahamarimman, o mais antigo da Malásia fundado em 1873 por trabalhadores indianos que migraram para o país. Todo o templo é muito colorido estando recheado de estátuas e pinturas cheias de cor. Fica a foto da fachada da entrada:




Após o dia agitado de deambulação citadina, aproveitámos o fim da tarde para escrever este post, jantámos e agora vamos terminar o post. Amanhã teremos que acordar cedíssimo porque temos um comboio e um autocarro para apanhar que nos levarão até Melaka onde ficaremos 2 noites em busca de vestígios da presença portuguesa no país.

Até já!








4 comentários:

  1. OI, estava acompanhando. Não vão mais postar???
    Abraços
    Ruy Neuber

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  2. Viva Ruy Neuber! Vou postar sim. A minha viagem termonou no dia 15 de Março e ainda tenho 2 posts a fazer: um quase acabado de Melaka (Malásia) e outro de Singapura. Na verdade o regresso ao "mundo real" e alguma preguiça têm vindo a atrasar a escrita!

    Depois destes dois posts, com (mais) tempo também queria fazer um sobre os gastos que tivemos.

    Abraço

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  3. Boa tarde,
    Gostaria de apenas fazer um reparo...o rio de que falou neste último post...nada tem a ver com esgoto, mas com lama. A própria palavra Kuala Lumpur significa Rio de Lama. Gostei dos posts...aguardo o de Melaka..uma vez que estou a pensar ir até lá em Junho..
    Obrigada

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  4. Olá Inês, obrigado pelo reparo. O post de Melaka acabou de ser postado ainda que com muita coisa em falta porque findos 2 meses a memória já falha bastante.

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