quinta-feira, 17 de março de 2022

Dia 50, 51 e 52 - Porto de Galinhas, Praia de Carneiros, e viagem para Maragogi

Dia 50 - Mergulho em Porto de Galinhas

Acordo cedito para traba... não! Hoje apesar de ser dia de trabalho, acordei cedo em busca de arranjar um mergulho em conta pelas transparentes águas de Porto de Galinhas. Depois de um belo iogurte com granola e maracujá saí com um dos meus copanheiros de camarata em busca de um tour que nos levasse a mergulhar.

Sem muita demora fomos abordados por mil e um vendedores de tours, e após algumas tentativas fechámos o mergulho e um passeio à praia de Carneiros para o dia seguinte, tudo bastante em conta!

Seguimos então directos para a praia, onde a maré estava vazia, e onde iriamos apanhar um barco até ao recife de coral para mergulhar nas limpidas águas. Pelo menos foi o que nos venderam, e que eu acreditei!



Chegando à praia, apanhamos um "barco", que na verdade era mais uma jangada, que nos transportou cerca de 5 minutos e uns 50 metros até ao recífe de coral, ou rocha, formava as conhecidas baías naturais. O curioso é que 80% do que fezemos de barco, poderiamos ter feito a pé, e com água pela cintura, mas adiante.

Chegámos então a uma plataforma flutuante, com uns 3 metros de água sub ela na parte mais funda, no fim da baía, perto da orla de coral. Aí equipámo-nos e mergulhamos com um instrutor que tinha vivido uns 10 anos em Portugal, que com um sotaque português muito forçado e a usar a palavra "pá" no final de cada frase se meteu comigo.


Megulhamos então. A má visibilidade e a pouca variedade de peixe deixaram me bastante desapontado com o mergulho em terras sul Americanas. Ainda assim foi bom para relembrar! Curioso que depois do mergulho, fiquei com os oculos e o snorkel e continuei a explorar, onde vi mais peixe e até um polvo!

Mergulho terminado, é hora de voltar para o mundo real, ou seja, o trabalho que não tinha feito esta manhã! Pouco mais fiz o resto do dia para além de trabalhar enquanto passava mal com o calor!



Deci fazer uma pausa e dar uma volta em busca de um jantar cedinho, onde comi uma tapioca (farinha de mandioca) que ao ser colocada numa frigideira, cozinha e se torna numa espécie de crepe. Esta foi recheada de queijo e carne de sol, uma carne de vaca ligeiramente salgada e ligeiramente seca ao sol. Posteriormente é cozinhada e é algo muito popular por estas bandas. Estava óptima, que delícia! Para sobremesa investi numa canjica, uma espécie de arroz doce, mas feito com milho em vez de arroz. Para compensar a tapioca, perdoem-me os apreciadores de canjica, mas estava nojenta! Não consegui comer.

Voltei para o hostel, e fui trabalhar um pouco mais para a cama (o meu escritório de sempre) e dormir.



Dia 51 - Passeio à praia de Carneiros

Dia de folga, dia de passeio! O destino será a praia de Carneiros, alegadamente uma das mais bonitas da região e de todo o Brasil. Ainda estou a começar, mas já começo a sentir que a medalha de "Praia mais bonita do Brasil" é partilhada por diversas praias!

Uma carrinha apanhou-nos (a mim e ao meu companheiro de mergulho que acabou por se tornar comparsa de viagem por mais uns dias) e levou-nos cerca de 50 para sul de Porto de Galinhas até ao Rio Formoso, onde apanhámos um barco que nos levaria a vários pontos da praia de Carneiros.

Curiosidade do dia, Porto de Galinhas ganhou este nome devido ao facto de ser um importante porto no comércio de escravos durante muito tempo. A razão das "galinhas" deve-se ao facto da escravatura não ser bem vista e no porão do barco, os escravos estarem escondidos por de baixo de gaiolas de galinhas. Cada vez que um barco de escravos chegava, a palavra era espalhada pela cidade em código: "Há galinha no porto". A praia de Carneiros, sem grande história, ganhou este nome visto que os seus donos pertencem à família Carneiro.

O barco era bem animado, com musica e caipinhas logo às 10 da manhã. Demasiado para mim!


Primeira paragem: recife de coral e suas piscinas naturais, bem bonitas e agradáveis mas a paragem foi muito curta, meia hora no máximo diria eu. Apenas tempo para tirar meia duzia de fotos e ficar 5 minutos de molho numa poça com água à temperatura de uma sopa. Em menos de nada suou o apito para ir embora para o barco. 

A segunda paragem foi no banco de areia, engraçada visto a maré baixa formar uma lomnga ilha de areia, mas sem muito para ver. Ao sair do barco, ainda dentor de água somos abordados para comprar cocadas, mas passamos. Vamos directos para dentro de água curtir um pouco mais da sopa! Em menos de nada o primeiro apito: está na hora de ir embora. Ficamos um pouco mais, até que soa o segundo apito: ou vamos agora ou perdemos o barco. Alegadamente se alguem ouvir o terceiro apito, já é tarde de mais!


Próxima paragem, Praia de Carneiros, famosa pela sua bonita igreja em plena praia, onde alegadamente quem lá se casa, tem um casamento feliz para toda a vida. Havia fila para tirar fotos na igreja e muita gente na praia, já muitas banquinhas, vendedores ambulantes e barzinhos. Mais uma mini paragem para variar, foi o tempo de tirar umas fotos, comprar umas cocadas para o caminho e seguir viagem.


A paragem seguinte não teria grande interesse não fosse a história que aí vem! Parámos numa praia conhecida pela sua base argilosa, com diferentes tipos de argila poucos centimetro a baixo da areia, que dependendo da cor é boa para... tudo! Faz lembrar o Tiger Balm na Ásia! Besuntámo-nos de argila, e fomos dar uma volta até a um pequeno cabo que a praia formava. 

No regresso, ouvimos um apito e pensamos: "Está tudo bem, já estamos a regressar, e ainda faltam mais dois". Mas na verdade aquele apito deve ter sido o segundo ou o terceiro, pois o nosso barco começa a ir embora... primeiro pensei que fosse uma brincadeira, mas rápidamente percebi que o barco estava pronto a abalar e a deixar-nos ali. Nem tive tempo para ficar chocado, fiz me à água e comecei a nadar  em direcção, enquanto gritava para que parasse!


Felizmente alguém no barco viu/ouviu dois maluquinhos desesperados a nadar e a gritar e mandou duas motas de agua para nos apanharem. Subimos cada um numa mota e seguimos até ao barco. Ao fazer o transbordo da mota para o abrco devo ter feito muita força num dos lados da mota, que a mesma virou, atirando o rapaz da mota para dentro de água! Um misto de vergonha e divertimento ali! Ainda deu para rir bastante!

De volta à embarcação, seguimos de volta para o nosso ponto de partida, onde apanhamos o autocarro até um belo e caro restaurante noutra praia perto de Tamandaré. Este restaurante fazia parte do tour, mas o almoço não estava incluído e com poucas ou nenumas alternativas por perto, o mesmo podia cobrar o preço que quisesse! Decidimos caminhar um pouco pela praia sem grandes esperança de encontrar comida, mas na verdade encontramos um barzinho que servia comida bem em conta! Dois caldos de siri (caraguejo local), um prato de carne de sol e batatas fritas e umas cervejinhas de baixo de um guarda sol, numa praia de areia branca e bonito mar azul encheram a nossa mesa de felicidade!

De barriga cheia voltamos ao autocarro que nos levou de volta.

Já chegámos ao fim da tarde, visto aqui anoitecer muito cedo. bem cansados fomos comer uma pizza ao centro, comprar protector solar como deve ser, fazer a mala e descansar. Amanhã é dia de viagem!



Dia 52 - Viagem para Maragogi

Acordar cedinho, acabar de arrumar a tralha, comer qualquer coisa e procurar um autocarro para Ipojuca, a cidade maiorzinha a que Porto Galinhas pertence e onde tem mais ligações rodoviarias. Após uma curta e desagradável viagem (maioritáriamente devido ao calor) chegamos ao nosso destino, onde teríamos um carro partilhado à nossa espera para nos levar até Maragogi.


O carro, convenientemente atrasou-se um pouco, pelo que deu tempo para levantar dinheiro no Bradesco (o único banco que encontrei que não cobrava comissões no meu cartão, visto todos os outros cobrarem cerca de 5€ por levantamento!) e beber um sumo para refrescar antes de seguir viagem.

No processo de espera e viagem tinha uma inconveniente reunião de trabalho, que foi muito atrapanhada devido à má ou inesistente internet durante a viagem, e pior, devido ao facto de ter perdido uma peça de um dos fones, tornando-o in itilizavel! Mas melhor ou pior, tudo se faz!

Chegando a Maragogi, fomos deixados junto da bomba de gasolina, um pouco longe do centro onde tinhamos o nosso alojamento marcado. Uma boa caminhada sob o sol escaldante, por breves momentos fez-me desejar por um mergulho; até me lembrar que a água por estas bandas é sopa!


Check in feito, tralha deixada, era hora de um almoço rápido e refrescante, e nada melhor do que um açaí para resolver a questão! A caminho da carrinha/minibus que nos levaria à praia Ponta de Mangue, mais uma vez, "a mais bela do Brasil". comprei um par de chinelos, visto que os meus já estavam impróprios para consumo! Literalmente com um burado junto ao peito do pé.

Curiosidade destes chinelos é o facto de gostar tanto deles e daí ter-lhes prolongado tanto a sua vida. É o segundo par desdes chinelos da Reef que tenho, e os primeiros deixei-os em Singapura há 8 anos atrás, também com um buraco na sola. Procurei por chinelos iguais e nunca encontrei até que encontrei estes que deitei fora há uns anos perdidos e já algo velhos numa praia do Algarve. Duraram até hoje! Descansem em paz.

Seguimos até ao longo areal que inclui diversas praias, onde caminhámos até à praia de Peroba. Areia branca, agua azul esverdeada e bonitas palmeiras verdejantes são atributos comuns das praias no Brasil! Agora começo a perceber porque "todas" são a "Praia mais bonita do Brasil". Conhecemos dois senhores reformados que estavam a curtir a praia e ficámos à conversa com eles antes de regressarmos à base.

Saímos para jantar num fraco rodízio, mas que ficou em conta. Aqui o sistema de rodízio tem 3 opções mais comuns: 

  1. O low-cost, em que se pode escolher 2 tipos de proteína (diferentes tipos de carne/peixe), e nos são servidos uma unica vez, e depois temos acesso a um buffet de acompanhamos, onde nos podemos servir à vontada as vezes que quisermos.
  2. A peso, normalmente buffets mais ricos, variados e melhores, mas em independentemente do que se coma, o preço é pelo peso do nosso prato. Pode comer-se mais e mais vezes, mas é sempre a somar! Não gosto muito deste sistema visto ser difícil de perceber quanto se está a gastar.
  3. Tudo à grande, em que o preço é fixo e pode comer-se tudo o que se quiser por um preço normalmente mais alto. Há a variação de se poder encher um prato com o que se quiser apenas uma vez, ou de facto o buffet livre.

No regresso decidimos dar uma volta pela praia, onde encontrámos um monumental peixe balão com mais de meio metro de tamanho! E com esta me despeço!


















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