Dia 5 – Lantau (Hong Kong)
Antes de mais lamento a falta de
atualizações no blog, mas a vida de viajante é dura!
O dia 5 foi o nosso último dia em
Hong Kong e nada como celebrar a nossa despedida indo visitar Lantau (a maior
ilha de Hong Kong) em modo “burro de carga” com toda a bagagem às costas.
(desafio todos os que me disseram que levava pouca bagagem a fazerem semelhante
programa!)
Acordámos cedo para arrumar tudo
e seguir viagem. O check out era até às 10h e não tínhamos onde guardar as
malas, então seguimos com elas na nossa jornada. Tomamos o pequeno almoço no
Sunny Café mesmo no R/C do prédio onde estávamos, de seguida fomos até Yau Ma
Tei para apanhar o metro até Tung Chung, já na ilha de Lantau. Após uma
refeição, nosso destino era o Big Budda
em Ngong Ping. Tinhamos três opções para lá chegar: a pé (impensável dada a
distancia, o nosso tempo e o peso que acartávamos); de teleférico (apesar de
ser a melhor forma de acesso, potencialmente muito bonito, achamos muito caro
15€ pelo serviço); e de autocarro (que acabou por ser o meio de transporte
eleito visto que as duas viagens terem ficado por pouco mais de 3€).
A chegada a Tung Chung, Lantau
Já no nosso destino deparámo-nos
com uma estátua de um magistral Buddha sentado no topo de uma colina. Nas
redondezas estavam largas centenas de turistas (especialmente chineses). O
acesso era feito através de um enorme pórtico que dava para uma estrada com
estátuas de um lado e de outro, cada uma representando um dos 12 generais que
por sua vez representava um dos signos do zodíaco chinês. Ao fim desta estrada,
à nossa direita, no cimo da colina estava o grande Buddha e em frente, após um
pórtico, estava o Mosteiro de Po Lin, que infelizmente estava em obras.
O pórtico
Um dos generais sagrados com o Buddha por trás
A escadaria para o Buddha
O mosteiro de Po Lin em obras
Sob o Buddha havia um pequeno museu
onde explicava a história do mesmo. Uma estátua enorme em bronze que
aparentemente nos remete para um glorioso passado distante, no final de contas
foi uma oferta feita por parte da China em 1993. Ainda mais curioso é o facto
de um dos maiores contribuintes em termos de tecnologia para a edificação da
mesma tenha sido a agência espacial chinesa. Relativamente ao Buddha, dispensa
apresentações, remeto-vos para as fotos da maior estátua ao ar livre de um
Buddha sentado! (infelizmente o facto de o sol estar por trás do Buddha não nos
permitiu tirar grandes fotografias)
O Mosteiro de Po Lin, o mosteiro
Budista responsável pela edificação do Big Buddha, para nosso infortúnio estava
coberto de bamboo visto estar em obras. Ainda assim ficam algumas fotos
interessantes. Houve dois factos que achei especialmente curiosos: haver vacas
a pastar livremente pelo complexo, pastando inclusive de canteiros de flores cuidadosamente
cuidados, sem que ninguém se importasse; mas também e especialmente a dimensão
de alguns incensos, não eram pauzinhos, não eram ramos, nem raminhos, eram
TRONCOS DE INCENSO!
Qual porca nas ervilhas, pior é a vaca nas flores!
Os troncos de incenso
No regresso em direcção ao
autocarro deparamo-nos com uma aparentemente agradável aldeia tradicional muito
bem cuidada. Aparentemente, não fosse estar super explorada em termos turísticos,
a generalidade, se não todas as casas tornaram se lojas, não de produtos
locais, artesanato ou algo típico, mas sim em diversas lojas de todos os tipos,
inclusivamente de marcas de roupa internacionais. Isto achei uma pena!
Era então hora de voltar!
Apanha-mos o autocarro que nos levou ao metro e o metro que nos levou ao
terminal do barco para zarparmos em direcção a Taipa (uma das ilhas de Macau). Antes
de apanharmos o barco tivemos toda uma parafernália de problemas porque não sabíamos
como era tratada a questão dos vistos e da imigração; eramos para apanhar o
barco às 17h00, mas os bilhetes deixam de ser vendidos 20 minutos antes do
barco zarpar, então não o apanhamos; tínhamos o dinheiro à conta e os bilhetes
depois das 17h30 são mais caros; tivemos que ir procurar alguém que nos
roubasse neste câmbio, e por aí fora. Eventualmente conseguimos embarcar rumo a
Macau!
Já em Macau, levantamos algumas
patacas e fomos em busca de um táxi que nos levasse até casa do Miguel (um
amigo de infância que já não via há muitos anos!). Arranjar um táxi não foi
fácil, mas difícil mesmo foi comunicar com o taxista! Foi o meu primeiro grande
choque em Macau: esperava que a generalidade das pessoas falasse português, ou
quiçá até inglês. Tudo isto ganha maiores proporções na minha expectativa
porque tanto no terminal do barco em Hong Kong como em Macau todas, mas TODAS
as placas de informação estavam em português. Tinhamos o nome do hotel, a foto
e ainda o nome da zona em chinês, mas ainda assim tivemos que falar com a
central dos táxis para que esta falasse com o taxista… lá chegamos ao Grandview
Hotel, onde nos encontrámos com o nosso anfitrião que trouxe um amigo, o
Frederico. Pousamos as malas e de seguida deslocamo-nos a um restaurante português
para matar a fome e por a conversa em dia. Três bitoques e umas lulas recheadas
regadas com um bom vinho da casa foi o menu. A agradável conversa continuou em
casa do Frederico regada por TsingTao (a surpreendentemente agradável cerveja chinesa
tradicionalmente criada por antigos colonos alemães alguns seculos antes).
Apresentados à cerveja local já pudemos dormir descansados.
Dia 6 – Macau
A noite anterior foi longa e como
tal acordamos tarde, perdendo metade do dia. O dia iniciou-se no Red Market, um
mercado tradicional. Aqui vendem se legumes e animais: relativamente aos
legumes fora um ou outro menos comum, não há muito a dizer; relativamente aos
animais há galinhas (vivas, que se escolhem e são mortas à nossa frente para
provar a frescura do alimento) e imensos animais aquáticos (rãs, todo o tipo de
peixes, marisco), que por norma estão todos vivos em alguidares, pequenas
bacias, etc; tudo para provar a frescura do animal. Alguns peixes chegam a cair
no chão com tanto estrebuchar em tão pouca água. Chega a dar pena. Algo que achamos
caricato foi o facto dos vendedores, mesmo com as mãos ensanguentadas do peixe
não deixarem de comer a sua sopinha de noodles ou o seu arrozinho enquanto ali
estavam a atender as pessoas.
Wc canino
Red Market
Seguimos então para o mercado de
rua perto de Tomé Pires, onde havia bancas a vender de tudo: desde a roupa, a
comida. Foi onde almoçamos uma espécie de sopa de almondegas de porco (com
imensa farinha) com massa (como não poderia deixar de ser), salsa, aipo,
amendoim, cebola, soja e uma pasta laranja não identificada. Fora o excesso de
salsa, estava boa!
A paragem seguinte foi,
provavelmente o monumento mais icónico de Macau: as Ruinas de São Paulo. Não
deu para ver bem o monumento visto o adiantado da hora.
E pior, foi a celebração
dos 14 anos da criação da Região Administrativa Especial de Macau, ou seja,
quando nós, os portugueses deixamos de ter lá poder. Seguimos então em direcção
ao Largo do Senado, o caminho foi lento e doloroso tal era a quantidade de
gente que se acotovelava pelo caminho a tentar conquistar o seu espaço na
cidade com MAIOR densidade populacional do mundo inteiro! Em ambos os lados da
rua havia diversas “pastelarias” (que apesar de ninguém falar português naquela
terra, todas as lojas têm a designação em português: estabelecimento de
comidas/bebidas, pastelaria e farmácia são os mais comuns). Pastelaria entre aspas
porquês? Porque ali o que se vende essencialmente são tiras de uma carne
picante e doce que é fumada e faz imenso sucesso! Não provei, o aspecto não era
nada apelativo! Também se vendiam outros enchidos e no meio de tudo aquilo… o
belo pastel de nata, que segundo quem comeu não tem nada de nada a ver com os
que conhecemos.
Uma Pastelaria
O passeio continuou em direcção
ao teatro D. Pedro V, um pequeno teatro de arquitectura ocidental; a uma igreja
jesuíta e a uma franciscana. Para o que estamos habituados nem uma nem outra
tinha grande interesse, apenas o facto da diferença entre a ostentação de
riqueza entre elas, devido ao voto de pobreza.
O antigo Macau estava despachado
por agora. Era hora de conhecer o novo Macau, impulsionado à força do dinheiro
proveniente do jogo. Vimos muitos casinos por fora entre eles, o Grand Lisboa,
o Galaxy e o City of Dreams. Entrámos então no maior casino do mundo (sim, aqui
é tudo à grande), além de casino era hotel, centro comercial, sala de espectáculo,
uma pista de patinagem no gelo, etc; o ex-libris do consumismo! Se não souberem
onde gastar dinheiro, venham a Macau!
Macau by Night
Hotel Grand Lisboa
Galaxy
Venetian
Venetian - um dos corredores
Venetian - a ria e gondola
Venetian - o dia eterno
Curiosidades: passa uma ria dentro do
complexo, onde se pode andar de gondola, enquanto o barqueiro canta ópera, às
vezes uma senhora abre uma janela e canta a ópera; o tecto é uma simulação do
céu (este tecto é semelhante aos dos casinos de Las Vegas, simulando um céu
claro, como se da alvorada se tratasse, para quem está lá destro ter sempre a
noção de ser dia e ficar desperto: assim podendo gastar mais dinheiro). Uma
história engraçada que decorreu em Macau (país, constituído pela península de
Macau, ilha de Taipa e ilha de Coloane) começou quando mais e mais casinos se
quiseram instalar na ilha. Sendo isto impossível devido à forte densidade
populacional e à ausência de espaço arranjou se uma solução: juntai a Taipa e
Coloane com terra! Foi então conquistado ao mar o preciso território para
construir um dos edifícios mais caros do mundo. Jantámos num restaurante
macaense uma espécie de sopa de rabo de boi que por acaso estava bem boa. Deitámo-nos
cedo porque houve muita coisa que não ficou bem vista e queríamos aproveitar o último
dia em Macau, porque às 22h30 tínhamos voo para Bangkok.
Dia 7 – Macau e viagem para Tailândia
O dia começou a horas decentes:
preparámos as malas, tomamos o pequeno-almoço e apanhámos o autocarro em
direcção ao Largo do Senado. Seguimos então para o Teatro D. Pedro V para o
visitar, porque no dia anterior estava fechado. É um edifício bonito, mas sem
grande encanto, mas como tudo o que é grátis, o português vai! De seguida fomos
também visitar as duas igrejas do dia anterior, tudo muito simples comparado
com as igrejas de pedra que estamos habituados na Europa. Ficam algumas fotos.
De seguida encaminhámo-nos para a
Casa do Mandarim, a casa onde o autor de “Advertencias em tempo de prosperidade”,
Zheng Guanying, viveu. Uma grande casa com alguns vestígios da vida da época,
mas de facto algo pobre objectos antigos que se pudessem ver. Ainda assim é um
local bem agradável, valeu a visita.
É então hora de um almoço tardio,
fomos comer uma espécie de caril de carne dentro de um papo-seco, segundo eles,
uma bifana! Antes ainda comemos um fish curry meatballs, que não eram más, mas
aquilo de peixe tinha pouco. Seguimos então até às Ruinas de S. Paulo e fomos
visitar a cripta da mesma. Tudo muito pobre, sem nada para ver, ficamos algo
desiludidos com o maior ícone cultural da cidade. Hora de seguir para o Forte
do Monte, construído pelos jesuítas em 1626, com o intuito de defender a ilha
de possíveis invasões sendo construído no ponto mais alto da península de Macau.
Curioso ter canhões em todas as direcções excepto na direcção da China. A vista
do forte é soberba na medida em que há uma visão de 360º sobre a ilha, ainda
assim a cidade não é muito bonita, muito cheia de prédios velhos com um grande
casino luminoso perdido no meio do cinzento da cidade.
Vista do Forte para o Casino Grand Lisboa
Uma vista mais fraquinha para o outro lado
Findo o nosso dia era hora voltar
para casa para um jantar antecipado, acertar os últimos preparativos e arrancar
para Bangkok, Tailândia. Entre nabices com os autocarros e confusões com os
vistos lá chegamos a Bangkok. Apanhámos um táxi e fomos para o hotel de onde
vos escrevo: um Best Western de 4* por 11€ por noite… parece bom, mas vamos lá
ver.
Uma espetacular de bonús!
Em breve há mais! Até já!
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