sábado, 14 de dezembro de 2013

Dia Zero: Os preparativos

Tudo começa numa ideia. E eu já tenho a ideia de fazer uma grande viagem há muito tempo. Não a fiz antes porquê? Falta de dinheiro, falta de tempo são as desculpas mais frequentes nas quais me revejo (ou revia). Toda a gente tem as suas limitações, sejam quais forem (tempo, dinheiro, moral, etc), sendo que no fim o que prevalece é a vontade de cada qual, e parte de cada um colocar prioridades na sua vida e viver de acordo com elas para atingir os seus objectivos. O que preferem: irregularmente beber um copo/café, ou ir mais esporadicamente assim poupar para algo maior: um carro, uma televisão, um telemóvel, uma viagem? Não há o certo e o errado aqui, apenas as opções que cada um toma, sendo que deve aceita-as e viver em harmonia com as mesmas. Tanto blabla para dizer que viajar não é tão caro nem difícil como muita gente possa pensar, tal como eu já pensei.

Vamos então ao inicio da preparação da viagem, esquecendo todo o imaginário e partilha de ideias e conversas. Tenho o tempo, a oportunidade e algum dinheiro, então, a primeira coisa após decidir que QUERO VIAJAR!, foi decidir o destino. Três regiões saltaram para o palco: a Europa, o Velho Continente que sonho percorrer desde os tempos de liceu, quando comecei a poupar para um interrail que nunca fiz; o Sudeste Asiático, palco de idílicas praias e florestas tropicais luxuriantes, mas também de uma infinidade de templos como os de Bagan ou o Angkor Wat; a América do Sul e Central, que conta com destinos de praia semelhantes aos do Sudeste Asiático e com vestígios de civilizações antigas com os seus monumentais templos e com o Trilho do Inca (que um dia ainda hei de percorrer).
Várias questões se levantaram: língua, custo de vida, custo dos transportes, cultura, etc. Apesar do seu inegável interesse, o Velho Continente saiu de equação por duas grandes razões: o custo de vida e a proximidade a Portugal, ou seja, o custo de uma viagem à Europa seria bastante elevado em termos de alimentação e alojamento, sensivelmente o triplo do que nos restantes destinos. E adição, com a proximidade a Portugal de diversas cidades europeias aliada aos preços dos voos low-cost, fazem da Europa um destino mais facilmente visitável, digamos, "aos bocados". Restando os outros dois e sem qualquer demérito para o outro, o vencedor foi o Sudeste Asiático, talvez por ser completamente diferente da realidade Europeia que conheço, talvez por qualquer outra razão menos lógica.

Os preparativos que requerem maior antecedência são a reserva dos voos (para garantir melhores preços) e dependendo da zona para que se viaje, realizar uma consulta do viajante. Para ambas as coisas eu recomendaria 2 meses de antecedência, sendo que num mês tudo pode ser tratado. 
Em relação aos voos, o ponto chave é o preço, que consoante flexibilidade de datas se conseguem preços bastante mais agradáveis, sendo comum que reservas com maior antecedência proporcionam preços mais simpáticos. Há diversos sites onde se pode reservar voos. Eu pessoalmente gosto do http://www.edreams.com/, que acabou por ser o site onde consegui os voos mais baratos. O inesperado aconteceu quando por descargo de consciência fui a uma agência de viagens consultar os preços para semelhante viagem e consegui preços 5-10% mais baixos, o que só por si é obra, ainda para mais quando se trata de um agência física (em oposição às online), mas isto é outra conversa. É então de reter que se deve consultar tanto agências físicas como online aquando da busca da melhor tarifa!
A compra das viagens remete-nos apenas para consequências monetárias, sendo que a consulta do viajante já pode ter outras implicações, especialmente aquando da toma de vacinas que necessitam de algum tempo até se tornarem eficazes. Daí, no caso de serem necessárias vacinas, é conveniente que se consulte um médico pelo menos um mês antes da viagem. Há diversos locais onde se pode marcar uma consulta do viajante (http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/saude+em+viagem/consulta+de+saude+do+viajante.htm). Eu acabei por ir ao Instituto da Higiene e Medicina Tropical (http://www.ihmt.unl.pt/), onde não tenho qualquer razão de queixa. A consulta do viajante além de essencial para se receber a receita para as vacinas a tomar, achei muito útil visto ter me sido informado diversos cuidados a ter nos locais para onde ia bem como a recomendação de diversos medicamentos úteis nos diversos casos. Muitos concelhos fazem parte do senso comum, outros nem tanto, todavia, achei a consulta muito útil. O preço da consulta são 50€ e o preço das vacinas variam imenso. Encefalite Japonesa: 180€ as duas doses (28 dias entre cada dose), Febre Tifoide: 20€ uma dose, Hepatite A 30€ duas doses (6 meses a 1 ano entre as doses). Os medicamentos que me foram receitados foram: anti-malárico, antibiotico e anti-diarreico, todos ficaram por menos de 15€. Sendo que à excepção da vacina da Encefalite Japonesa (apenas necessária para o sudeste asiático), tudo o resto fica bastante em conta.


O que levar?!

Uma pergunta nada consensual, especialmente quando se fala nas quantidades. A minha experiência em viagens desta envergadura é nula, de maneira a que auscultei o máximo de pessoas possível, bem como blogs de viagens, guias, etc. As opiniões dividem se ao ponto de por um lado me recomendarem que leve apenas dinheiro, medicamentos e o telemóvel, sendo que tudo o resto pode lá ser comprado 10 vezes mais barato do que na Europa; mas por outro lado, há quem recomende que leve 10 (ou mais) mudas de roupa, computador, toalha, uma infinidade de medicamentos, um calçado extra, etc.  Em conclusão: Estou na mesma!!!

Aqui a questão principal é o trade-off entre o peso extra que eu estou disposto a acartar às costas VS toda a parafernália que eu ache útil.

Certo ou errado, aqui vai a minha selecção, começando pela mochila: 
Inicialmente a opção foi o modelo a baixo, a Alvoco de 25L (http://loja.montecampo.pt/products/166-alvoco.aspx), mas pareceu ser pequena de mais para "tanta" coisa.

Roupa:
1 t-shirt, 1 camisa manga curta, 1 polo, 1 camisa manga comprida
5 pares de meia
5 boxers
1 calças
1 calçoes de banho
1 impermeavel
1 chinelos
1 toalha pequena
1 lenço
1 gorro (não vá fazer frio nos trópicos)

WC:
champoo/gel de banho pequeno
escova e pasta de dentes
papel higiénico
máquina de barbear

Kit Médico:
kit primeiros socorros
antibiótico
anti malárico
anti histamínico
anti diarreico
meia elástica
pastilhas para purificar água

Outros:
bloco e caneta
cadeados
guia
computador
máquina fotográfica
carregadores
lanterna

Tudo somado fica à volta dos 7-8kg, se bem que 1-2kg vão numa mala de mão com o guia, o computador e qualquer coisa que entretanto me lembre. Já é tarde e daqui a umas horas vou voar. Provavelmente só a meio ou no fim da viagem é que vou ter a prova empírica da validade das minhas escolhas, e aí sim poderei dar conselhos mais úteis.

Até já! Dou mais notícias de Hong Kong!

4 comentários:

  1. Me indentifiquei bastante com seus pensamentos! Esse ano quero viajar a Asia e não passa desse ano!!

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  2. Viva! É uma viagem que recomendo a qualquer pessoa! Se depois precisar de mais dicas é só pedir! Eu por exemplo acho que trouxe roupa a mais. Não fosse pelo blog o computador é peso e espaço desnecessário! Boa sorte com a sua viagem!

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  3. Estamos de viagem marcada para Julho!
    A mochila escolhida é uma boa opção ?

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  4. Viva Luis Ribeiro!
    Em termos de volume e arrumação acho a mala ideal, o mal foi eu ter levado tralha a mais. Para mim o único inconveniente da mala acho que é não ter um cinto de peito, tornando-a um pouco desconfortável quando está pesada.

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