sábado, 8 de fevereiro de 2014

Dia 54, 55 e 56 - Delta do Mekong, Phnom Penh e viagem para Siem Reap

Dia 54:

Acordámos cheios de saudades da nossa sopa de noodles matinal. Depois do pequeno almoço caminhámos até ao cais para apanhar um barco que nos iria levar ao floating market, mas desta vez uma versão um pouco mais autentica e em maior escala. Podemos comparar o mercado flutuante que fomos na Tailândia a um retalhista e este a um grossista. Aqui encontrámos grandes barcos a transacionar essencialmente frutas e vegetais, mas também alguns barcos mais pequenos que serviam comidas e bebidas. Por causa de todo o barulho do reboliço e dos motores, era colocado num poste do barco o produto(s) que este vendia para fácil identificação.

Habitações à beira rio

Barco - Melões

Barco - Couve

Aqui serviam Pho Bo (noodle soup), mas eu já tinha comido o pequeno-almoço... fica para a próxima!

Desta feita, fomos visitar uma pequena fábrica de noodles de arroz, onde nos ensinaram como fazê-los. Simpáticos, partilharam a patente! Ora confiram o processo:

80% farinha de arroz e 20% farinha de mandioca são dissolvidos em água e cozidos a vapor sobre um pano

Se seguida são colocados ao sol a secar durante umas horas

Depois de cortados, o resultado final: fresh noodles! Nhami!

Finda esta visita, trocámos para um speed boat que nos levou até à fronteira com o Camboja. A viagem foi fluída e diria que se fez bem ao longo das suas 5 horas, com uma breve paragem para almoçar. Numa plataforma flutuante aguardámos cerca de uma hora pelos vistos. Inevitavelmente fomos alvos de mais uma pequena extorsão fronteiriça: 5$ pelo serviço a juntar aos 20$ do visto propriamente dito.

As margens do rio estavam rodeadas por fábricas de tijolo.

A restante viagem, já no Camboja, até Phnom Penh (capital) foi feita numa carrinha durante as três seguintes horas. A viagem deu para conhecer e mesmo experienciar a qualidade das estradas do Camboja.

Chegados à capital seguimos para o hotel. A reserva foi feita para um hotel no centro da cidade, mesmo à beira rio, mas num quarto sem janela, visto o preço passar para metade. Para nosso agrado foi-nos dado um free upgrade para um quarto no quinto andar, com janela e varanda! Nada mau por menos de 10€ a cada um, não?

A vista da varanda do quarto



Dia 55:

Como ainda estamos um bocadinho apertados de tempo decidimos que apenas iríamos ficar um dia completo em Phnom Penh, pelo que não pudemos ver tudo. Com alguma pela nossa, não fomos ver os Killing Fields, fora da cidade e o Museu Nacional.

De manhã fomos ver o imponente e luxuoso palácio real. A estrada ficou por cerca de 5€, das mais caras que pagámos até agora, mas o exterior prometia. Com alguma pena nossa deparámo-nos com muitas áreas do complexo interditas, nomeadamente o enorme jardim envolvente e a sala do trono que apenas podia ser vista do exterior. Para compensar pudemos visitar a famosa Silver Pagoda, conhecida pelo seu pavimento ser composto por 5000 "tijolos" de prata com 1kg cada um. A pagoda conta também com uma estatua de Buddha, alegadamente à escala, feita de ouro (cerca de 90kg) e ornamentada com cerca de 10000 diamantes e esmeraldas. Além destes dois exlíbris, o complexo tinha uma enorme colecção de artefactos antigos como estatuetas, coroas, objectos religiosos, etc de ouro e prata. As quantidades são de facto incríveis.

O palácio visto das ruas da cidade

Os guardas reais a patrulhar os telhados da sala do trono. Nota: cuidado, porque os macacos são agressivos e consta que têm raiva

Panorâmica do recinto

Edifício da sala do trono.

Silver Pagoda

Depois de almoçarmos um famoso prato Khmer (Hot Pot de rã e ovos de codorniz) seguimos sob intenso calor para o museu Tuol Sleng, também conhecida como a prisão S-21, um complexo prisional secreto que era usado para prender, interrogar, torturar e matar os opositores do regime dos Khmer Vermelhos. Consta que aqui foram mortas cerca de 100 pessoas por dia, durante os quase 4 anos em que os Khmer Vermelhos estiveram no poder. Alguns relatos são um pouco chocantes das atrocidades que aqui tiveram lugar. Todavia achei o museu muito pobre em termos de informação, que posteriormente pesquisámos. Quem aqui vier, além dos 2 USD do bilhete deve considerar contratar um guia por mais 6 USD.

Sala de interrogatório/tortura

O edifício C rodeado por arame farpado para impedir que os prisioneiros tentassem o suicídio ao saltarem para o páteo

Os procedimentos da S-21 eram meticulosos. Todos os prisioneiros eram fotografados

Restos mortais de algumas das vítimas. Enquanto os Khmer Vermelhos estiveram no poder, consta que morreram entre 2,6 a 4 milhões de pessoas (25% da população)

A nossa última paragem foi o Wat Phnom, um templo construido no cimo do único e pequeno monte de Phnom Penh em 1373. Hoje todo o monte e o templo fazem parte de uma enorme rotunda que dificulta o acesso. Consta que o templo foi construído para guardar 4 estatuetas de Buddha que foram encontradas a boiar no rio Mekong.

A vista da base do monte

Interior Wat Phnom

Wat Phnom visto do cume

No regresso à "base" passámos pelo night market seguindo sempre pela marginal. No caminho aconteceu-nos um engraçado episódio, mas a história fica para quando voltarmos. Veremos como funciona o Karma.

Á noite decidimos ir jantar, com um italiano que conhecemos, a um restaurante-escola (Friends) de tapas locais que utiliza os seus lucros para ajudar crianças desfavorecidas. O jantar foi muito bom e deus para experiemntar vários pratos locais e de fusão. A refeição ficou por cerca de 7€ a cada um, um valor algo caro para os standarts locais. Para quem quiser: http://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g293940-d1202023-Reviews-Friends_Restaurant-Phnom_Penh.html



Dia 56:

Acordámos cedíssimo, a tempo de ver o nascer do sol acompanhado de uma omelete e uma baguete antes de deixarmos Phnom Penh mais cedo do que deveríamos, rumo a Siem Reap, a localidade base para explorar os míticos templos de Angkor.

A viagem durou cerca de 6 horas, por estradas em má condições, quando não mesmo caminhos de terra. Curioso uma das estradas com uma faixa alcatroada e mais uma ou duas de terra, por onde passarmos ser chamada "National Highway 6". Na viagem conhecemos um malaio e uma chinesa, com quem falámos bastante das diferenças culturais, morais, etc do ocidente e do oriente.

Em Siem Reap, cansados e famintos pouco mais fizemos que comer uma enorme pizza caseira, beber umas cervejas (canecas a menos de 40 cêntimos), planear os próximos dias, escrever o blog e obviamente descansar, porque amanhã cedo seguimos para Angkor!!!

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