Ora viva minha gente! Escrevo-vos
depois de um belo cruzeiro de 3 dias em Halong Bay! Este sítio é dos mais
bonitos por que passei: água verde, uma infinidade de formações calcárias com
vegetação verdejante, grutas pouco exploradas, visto apenas serem acessíveis de
barco. Estava um pouco de frio, mas nada que impedisse um mergulho a meio da
tarde ou um kayak matinal. Deixo Halong Bay sem saber se é mais bonita a
paisagem com o sol que ilumina as ilhotas revelando um pouco mais da sua
beleza, ou o nevoeiro que com a distância se vai tornando mais denso,
encobrindo as ilhotas, criando uma paisagem fantasmal. Acho que prefiro o
segundo.
Ao invés de vos descrever as
incríveis paisagens, vou me abster e deixo aqui uma generosa amostra das
centenas de fotografias que tirámos.
Dia 40:
A noite foi irrequieta devido à
hiperactividade dos nossos companheiros de quarto: dois ratos, ratões que não
caíram nas nossas armadilhas acediam ao quarto (provavelmente) através do
sistema de ar condicionado (no tecto), descendo e subindo pelos cortinados
(NINJAS!). De manhã houve um mal entendido porque outros hóspedes (Sébastien e
Mariana, um casal franco brasileiro) que tínhamos conhecido na viagem de Vinh
para Hanoi tinha apanhado por engano o nosso pickup para Halong Bay. Muito
prestavelmente o operador turístico resolveu a situação chamando um táxi que
nos levou até ao autocarro que nos esperava à saída da cidade. A viagem até
Halong Bay prosseguiu durante 3 horas numa agradável conversa com o Sébastian,
que só naquele momento percebemos que falava português. Em Halong City
separámos-nos porque estávamos em diferentes tours.
Acabadinhos de zarpar
Tirámos mais de 400 fotos... esta foi das primeiras
Quando o sol abria as fotografias ficavam melhores
Quando o nevoeiro levantava as fotos infelizmente não captavam bem o que víamos, mas ainda assim...
Ainda assim algumas ficaram muito boas!
Aqui também há praias perdidas! Uma das poucas exploradas, a maioria é deserta.
Cada enseada é mais bonita do que a anterior
Por volta das 13h embarcámos com
4 outros turistas: um jovem casal canadiano e dois australianos que já não iam
para novos. Um pessoal porreiro que nos acompanhou ao longo dos seguintes dias.
Almoçámos a bordo com um vista esplendorosa e navegámos para longe dos
habituais e superpopulosos percursos de cruzeiros turísticos com uma paragem na
maior aldeia flutuante da baia. Aqui vivem cerca de 800 pessoas que subsistem
através da pesca, da piscicultura, da apanha de ostras e um pouco do turismo.
Um aldeão veio-nos buscar num pequeno barco a remos para visitarmos a pequena
localidade. Voltámos então para o barco (grande) e seguimos viagem até uma
enseada onde meia dúzia de outros barcos ancorava para passar a noite.
Jantámos, convivemos e até arriscámos uma pesca ao choco que é atraído pelas
luzes dos barcos. Ainda deu para comer um choco à ceia.
A chegada à aldeia flutuante
Os mais novos marinheiros da aldeia já se aventuravam sozinhos
Uma gruta privada onde ocasionalmente se fazem festas. Infelizmente não pudemos visitar
Uma última foto do dia antes do sol se por.
Dia 41:
Os horários são um pouco estranhos para férias, aqui (para além do fuso horário) tudo é muito cedo: o pequeno-almoço é servido às 7, pelo que acordamos meia hora mais cedo. O almoço é servido por volta das 11h30 e o jantar por volta das 18h, de modo a aproveitar o maior número de horas de luz possível. As refeições eram boas, mas às vezes ficávamos com fome entre elas porque nada mais era servido. Restavam-nos as bebidas que aqui se vendiam. Muito poupámos nós os dois pacotes de bolachas que trouxemos.
Por volta das 8h já estávamos num kayak a explorar as ilhotas em nosso redor. Visitámos uma gruta onde inevitavelmente tive que chutar uma pedra e amassar e nodoa-negrar um pouco mais um dos dedos do pé. Voltámos ao barco e fomos até Bai Tu Bay, uma parte remota da extensa reserva natural de Halong Bay. Almoçámos, relaxámos um pouco (ainda deu para ver a incrível e emocionante caçada das águias pesqueiras) e voltámos ao kayak para explorar esta baia. Aqui fomos a uma enorme gruta, quase virgem em termos turísticos (até a guia e o capitão do barco nunca lá tinham ido). Sentimo-nos uns exploradores! Esta gruta era qualquer coisa. Estalagtites enormes, paredes calcárias super lisas e suaves ao toque, passagens muito estreitas, acessos difíceis, tivemos até que escalar um pouco. Tudo isto na total escuridão, apenas iluminado por lanternas (nota: lanternas de dínamo são muito giras, mas não têm potência suficiente). Numa categoria diferente, mas ao nível de Kong Lor! Um espectáculo!
Voltámos ao barco e era então hora da natação! Só eu e um australiano arriscámos um mergulho nas frescas águas do norte do Vietname. Dei uns mergulhos, nadei um pouco e voltei para o barco que então se dirigiu para o mesmo local onde passámos a noite anterior para jantar. O programa foi semelhante ao da noite passada, à excepção de dois factos: a pescaria que foi deveras pior e a temperatura foi superior graças ao vinho aguardente de coco que dividimos com os companheiros de viagem.
A baia onde passámos a noite recebia os primeiros raios de sol entre o espesso nevoeiro
Pequenas grutas e praias emergiam em cada ilhota que olhávamos
Já não sei o que dizer mais...
A caminhada para a grande e pouco explorada gruta
A luz natural proporcionou esta boa fotografia ...
E o flash esta...
Encontrámos um habitante da gruta
Visto de dentro, este foi literalmente o buraco por onde acedemos à gruta
A entrada da gruta era no cimo de uma das ilhotas e tinha vista para a praia onde fomos de seguida
Ainda deu para dar um mergulho e nadar um bocadinho no meio da baía.
Dia 42:
Acordámos cedo à semelhança do
dia anterior para um pequeno-almoço vespertino. Após os mesmo era hora do kayak
que todos veemente recusaram face ao frio e à ausência de sol que se fazia
sentir! O nevoeiro era tão intenso que o podíamos respirar. As fotografias
talvez pequem na definição, mas compensam na magia. Pelo menos ao vivo.
Seguimos então viagem em direcção a Halong City para voltarmos para Hanoi. Em Hanoi
comemos e comprámos mantimentos para a viagem de autocarro de 11 (que
acabaram por ficar) 14 horas até Hué.
As ilhotas não tiravam o olho de nós
...
O nosso capitão era tão bom que até dirigia com os pés!
O deck do nosso barquinho, comigo camuflado a escrever o blog
A fish farm que visitámos no regresso
A nossa casa durante 3 dias foi esta!
Recomendo este cruzeiro a
qualquer um! É incrível e em termos de qualidade/preço é um must do!
Recomendaria ainda a quem o for fazer que opte por pagar um pouco mais, ir num
barco mais pequeno e especialmente para fora do circuito turístico. Pagámos
cerca de 100€ cada um por 3 dias, duas noites com pickup em Hanoi e refeições
incluídas a bordo. As bebidas são poucas e pagas à parte. Tragam água e alguma
fruta/snacks para consumir entre as refeições. Posso recomendar o operador
Ethnic Travel. Tem boas referências no trip advisor, e lonely planet. Se alguém
quiser saber um pouco mais, disponham!
Tenho lido cada post que vais publicando, obrigado por esta partilha! Este foi o meu post preferido, tens fotografias maravilhosas. Aproveita e um resto de boa viagem!
ResponderEliminarDe nada Raquel, obrigado pela força! Acredita que algumas fotos nem representam bem a realidade... Sem duvida dos sítios mais bonitos que já visitei!
Eliminar