Dia 43:
Chegámos por volta das 10h a Hué, depois de cerca de 14 horas de viagem. Apanhámos um taxi até ao hotel que nos ficou por pouco mais de dois euros (que poderíamos ter poupado, fazendo o caminho a pé, visto ser perto, mas para quem não conhece a cidade é difícil). Aí aproveitámos para descansar um pouco da longa viagem e terminar o post anterior.
Seguimos então para a zona histórica da cidade, apenas com uma pequena paragem para almoço e para visitar um templo. A entrada na citadela ficou em cerca de 4€ a cada um, o valor mais caro que pagámos até agora para fazer uma visita a um monumento.
A citadela encontra se dentro dos antigos muros da cidade imperial, rodeados por fossos com água e é composta por diversos edifícios, muitos deles degradados, ou mesmo destruídos pelos bombardeamentos americanos durante a guerra do Vietname. Entre eles encontravam-se a sala do trono, vários templos, palácios, antigas residências de monarcas e governadores, um teatro, etc. O espaço era muito agradável e permitia o escape à loucura citadina e ao frenesim de motociclos, especialmente por ser bastante arborizado, com alguns lagos e jardins bem cuidados. Pessoalmente, o que mais gostei foram os jardins recheados de maravilhosos bonsais de todos os tipos, tamanhos e feitios, mas também dos trabalhados pórticos entre secções da citadela.
O templo infelizmente estava fechado
O fosso à volta das muralhas da cidade imperial
O pátio interior à entrada da citadela e a sala do trono ao fundo
Pórtico #1
Pórtico #2
Um dos templos dentro da citadela
Pórtico #3
Pórtico #4
Um bonsai matulão
Pórtico #5
O teatro dentro da citadela (ainda em funcionamento)
A vista sobre um grande jardim de bonsais (ainda dentro da citadela)
No regresso passámos por uma exposição de veículos de guerra que já se encontrava fechada e por um jardim à beira rio com uma espécie de feira de bonsais comemorativa relacionada com o ano novo chinês. Todas as ruas tinham imensas bancas enormes a vender especialmente flores amarelas semelhantes a margaridas e pequenas laranjeiras (quiçá bonsais) cobertas de pequenos frutos. Segundo percebi trazem sorte para o ano que se inicia.
Jantámos um menu de 6 pratos para experimentar a gastronomia local. Uns melhores, uns piores, mas nada que mereça grande relevo nem pela positiva nem pela negativa.
Dia 44:
Acordámos cedo para termos tempo para tudo, especialmente para um bom pequeno almoço, que obviamente foi tomádo à pressa face aos habituais atrasos matinais em conjunto com o pickup 15 minutos antecipado. Seguimos de autocarro até ao barco que nos levou pelo rio Perfume até à nossa primeira paragem: a casa do mandarim (equivalente a ministro/general actual e conselheiro do imperador). Em termos de museu a casa tinha pouco. Mais interessante é o seu jardim com diversas espécies de árvores e plantas trazidas por uma das mulheres do mandarim das suas viagens.
Os barcos turísticos
Casa do Mandarim
Voltámos ao barco e seguimos para a Pagoda Tien Mu a cerca de 5km do centro da cidade, construída à beira rio em 1844. Esta pagoda albergava uma estatueta de ouro maciço (cerca de 35 kg) de um Buddha, mas infelizmente recentemente foi roubada. A entrada é gratuita e o ambiente é calmo e agradável, graças à sua ampla área, mesmo com a grande quantidade de turistas que por ali deambulavam.
A pagoda octogonal de Tien Mu
A parte de trás do complexo tinha um belo jardim
Visitámos o templo Hon Chen, construído por uma das minorias étnicas do Vietname em honra do seu deus. Regressámos ao barco e almoçámos a bordo enquanto este navegava em direcção aos mausoléus dos três últimos imperadores do Vietname que reinaram durante o século XIX e inícios do XX. Todos os imperadores foram nos apresentados pelo guia como homens cultos, das letras, bons para o povo, etc.
O mais antigo e provavelmente o maior dos mausoléus é o de Minh Mang. Este imperador era muito poderoso e tinha muitos inimigos, para evitar que mais tarde o seu tumulo fosse profanado, o seu filho colocou corpo do seu pai num palácio subterrâneo que foi selado e jaz por de baixo de um monte rodeado por muralha. A localização do palácio e do corpo de Minh Mang são oficialmente desconhecidas até hoje.
Acesso ao monte onde está enterrado o imperador
O complexo seguinte encontra se no topo de uma montanha e é substancialmente mais reduzido que o anterior. O mausoléu de Khai Dinh tem traços arquitectonicos de várias culturas, como a francesa, budista, hindu, khmer, etc. O interior do mausoléu era de facto o mais trabalhado dos restantes, mas infelizmente não eram permitidas as fotografias.
Por fim visitámos o mausoléu de Tu Duc, o último imperador do país. Ao contrário dos mausoléus dos seus antecessores que foram terminados pelos seus filhos, este imperador, face à pressão do colonialismo francês decidiu acabar o seu complexo fúnebre ainda em vida, acabando por passar muito tempo no mesmo, sendo esta a sua segunda casa. Após a sua morte iniciou se o período do colonialismo francês no Vietname.
Após a visita a este último regressámos a Hué, onde tratámos da nossa viagem para Hoi An e jantamos (muito) bem e barato. Amanha seguimos para sul, para Hoi An onde ficamos 2-3 dias. Temos muito para ver na cidade e ainda queria fazer um curso de cozinha lá. Dizem que é o melhor sítio do país para tal. Depois disso devemos seguir numa longa jornada de dezena e meia de horas até Nha Trang, mas a seu tempo revelarei os pormenores.
Até já!
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